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Radar do Poder: O olho gordo de Wagner, ACM Neto fora do muro, o golpe em Roma, o dono da Ferrari e a bola na Seap
Radar do Poder: O olho gordo de Wagner, ACM Neto fora do muro, o golpe em Roma, o dono da Ferrari e a bola na Seap
Por Radar do Poder, a coluna de bastidores do Política Livre
20/08/2025 às 14:02
Atualizado em 20/08/2025 às 14:07

Foto: Arquivo Política Livre
Cabelos brancos
A disposição do senador Jaques Wagner (PT) de eleger o chefe de gabinete Lucas Reis (PT) deputado federal pode refletir nas discussões sobre a composição da chapa liderada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026. Aliados importantes dos petistas ouvidos nos últimos dias pela coluna acreditam que se o “bruxo” seguir “exagerando” na dose em favor do assessor vai gerar tamanha antipatia que pode arriscar prejudicar a si próprio, uma vez que “cabelos brancos e pioneirismo político” não são garantia de cadeira cativa, salvo dentro do próprio partido, onde o senador manda.

Corda esticada
Ao esticar a corda para eleger o chefe de Gabinete, Jaques Wagner, que mira a reeleição, já deixou de ser unanimidade entre alguns aliados que até outro dia o consideravam imexível na chapa. Isso muito se deve ao fato de o senador e a cúpula do PT baiano articulam para que Lucas Reis tenha o apoio generoso de maior fatia das estruturas do governo Jerônimo, sobretudo aquelas que atuam na “ponta”, ou seja, fazendo atendimento direto à população e naturalmente extraindo dividendos eleitorais.
Invasão das bases
Outros dois fatores que afetam a boa imagem do “bruxo” perante os aliados já são velhos conhecidos, inclusive pelos leitores da coluna: o uso das emendas do senador pelo chefe de gabinete, espalhadas pelo interior baiano de tal forma como se o mesmo já fosse deputado, e a invasão das bases de outros governistas por parte do candidato. Entre os que já foram alvo das investidas estão os deputados Paulo Magalhães (PSD), Lídice da Mata (PSB) e Ivoneide Caetano (PT).

Bola dividida
Dentro do PT, a tese sustentada pela maioria prega que o nome a ser alijado da chapa é mesmo o do senador Angelo Coronel (PSD), pois este, ‘além de nunca ter sido um amigo fiel’, seria ‘menos competitivo’ do que Wagner e o ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa. Entre lideranças de outros partidos da base a leitura é a de que o governador vai precisar de Coronel para manter o PSD no grupo, e que Rui, por ser eleitoralmente o mais forte no momento, tem outra vaga garantida.
Candidato dos prefeitos
Angelo Coronel, que não é bobo, já está em plena campanha à reeleição. A estratégia é garantir o aval maciço de prefeitos dos mais diversos partidos para pressionar Jerônimo e o conselho político do governador. Na última sexta-feira (15) esteve em Cícero Dantas e foi abraçado por gestores do semiárido. Na semana anterior, visitou a região de Jequié, onde já havia faturado o apoio de peso do prefeito Zé Cocá (PP) e de outros aliados do pepista. Coronel quer ser carimbado com a marca do candidato municipalista, que veio “de baixo para cima”, e não de “cima para baixo”!

Bahia na convenção
As eleições de 2026 da Bahia também foram tema da primeira convenção nacional da federação composta por União Brasil e PP, realizada ontem (19), em Brasília. Na ocasião, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), defendeu a candidatura do correligionário e ex-prefeito de Salvador ACM Neto ao Palácio de Ondina, diante de uma plateia formada por nomes de peso da política nacional, incluindo o chefe do Executivo estadual de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do eterno presidenciável Ciro Gomes (PDT).
Desceu do muro
ACM Neto, por sinal, sinalizou na convenção que chegará em 2026 com o discurso repaginado sobre a política nacional. Enquanto na campanha de 2022 evitou perder votos dos apoiadores do hoje presidente Lula (PT), ficando em cima do muro na disputa pelo Palácio do Planalto, agora disse que a federação "nos impõe assumir uma posição". "Se queremos que nosso lado seja o lado do povo brasileiro, temos que ter a consciência que o nosso lado é o lado contra o PT, o lado contra o governo que aí está", disse o ex-prefeito no evento em Brasília.

Ponta de faca
Outro que participou da oficialização da “superfederação”, que nasceu com o maior fundo eleitoral, tempo de TV e número de congressistas, foi o deputado federal Elmar Nascimento (União). Antes defensor do apoio da legenda à reeleição de Lula, agora engrossou o time de ACM Neto e daqueles que pregam a entrega dos cargos no governo, inclusive o ocupado pelo amigo e ministro do Turismo, Celso Sabino. Na Bahia, no entanto, o pupilo de Elmar, deputado estadual Marcinho Oliveira, que vai trocar o União Brasil pelo PRD, está liberado para apoiar a reeleição de Jerônimo.
Centrão autêntico
Do lado do PP, quem marcou presença na convenção da federação foi o deputado federal Cláudio Cajado, mesmo flertando com Jerônimo. Ele deixou claro, como autêntico representante do Centrão, que segue em cima do muro e vai apoiar quem estiver melhor na “fita” em 2026. Já a ausência destacada foi a do presidente da sigla na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, contrário à união que será capitaneada na Bahia por ACM Neto. Deputados estaduais e prefeitos do PP baiano também não compareceram.

Contas de Cacá
Com a desistência do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), de concorrer a deputado federal, a expectativa é de que o secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão (PP), ganhe cerca de 15 mil votos na região oeste. O auxiliar do prefeito Bruno Reis (União) ainda precisará de cerca de 30 mil a 40 mil votos na capital baiana para retornar à Câmara Federal no lugar do pai, o deputado João Leão (PP).
Raras exceções
Pré-candidato a deputado federal, o presidente do MDB baiano, Jayme Vieira Lima, que também comanda a Cerb, terá o apoio de quase 90% dos 32 prefeitos eleitos pela sigla em 2024, inclusive o de Juazeiro, Andrei da Caixa. As exceções liberadas pela cúpula da legenda se referem a acordos prévios firmados pelos gestores emedebistas e outros parlamentares. Um exemplo é o prefeito de Pedrão, Marcílio Menezes, que sempre foi ligado ao deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT). Mas a candidata a estadual será do MDB: Larissa Moraes, titular da Secretaria de Infraestrutura Hídrica.

Goela abaixo
A decisão do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, de convidar a médica bolsonarista e ex-candidata a senadora Raissa Soares a permanecer na sigla e concorrer a deputada federal em 2026 desagradou o presidente do partido na Bahia, João Roma. Raissa se tornou uma das maiores críticas do dirigente baiano, sobretudo após o resultado eleitoral pífio da sigla no pleito de 2024. Roma fez de tudo para que ela deixasse o PL, até mesmo intriga com a família Bolsonaro, mas não conseguiu.
Sinal de desprezo
Mas teve mais: além de formular o convite a Raissa, num encontro realizado em Brasília, na semana passada, Valdemar ainda afirmou que “se tudo der certo, ela (a médica) será a minha candidata a deputada federal pela Bahia”. Para João Roma, a declaração soou como uma espécie de desprezo, uma vez que a esposa do presidente do PL baiano, Roberta Roma, é deputada federal e postulante ao segundo mandato.

Pitacos
* Um conhecido político baiano visitou recentemente uma loja de carros de luxo interessado na compra de uma Ferrari vermelha. Esperto, já foi avisando no local, entretanto, que pretende usar o possante exclusivamente em São Paulo.
* Antipatizada pelo prefeito João Campos e boa parte da chamada turma do Recife, a deputada federal Lídice da Mata periga perder o comando do PSB na Bahia, não se sabe se antes ou depois das eleições do ano que vem.

* Interessado em concorrer ao Senado em 2026, o deputado federal José Rocha recebeu o sinal verde de ACM Neto para avaliar a possibilidade de deixar o União Brasil e sondar outros partidos para facilitar as articulações mirando um lugar na chapa.
* Novo diretor-geral do Detran, Max Passos, muito político, não objetou fazer foto para as redes sociais com Mário Negromonte Júnior (PP) para comemorar sua nomeação, apesar de saber que o deputado federal foi o único que vetou sua indicação ao órgão desde o princípio.
* A turma no PT que adora ver o mar pegar fogo para comer peixe frito não cansa de repetir que Jaques Wagner estaria por trás da decisão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de revirar o processo dos respiradores contra Rui Costa
* Quem conhece o dia a dia da secretaria estadual de Administração Penitenciária assegura que está para estourar a qualquer momento uma bola de grandes proporções na pasta e que não há costura de prisioneiro que impeça a explosão.
* Nem bem as atividades na Assembleia foram retomadas no segundo semestre e já tem deputado pedindo o impeachment do secretário de Infraestutura, Sérgio Brito, que também é deputado federal licenciado.


