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Jair Bolsonaro Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

A Defensoria P&uacute;blica do Distrito Federal produziu um relat&oacute;rio neste m&ecirc;s que apontou superlota&ccedil;&atilde;o e m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es para idosos na&nbsp;Papuda, pres&iacute;dio onde o ex-presidente&nbsp;Jair Bolsonaro&nbsp;(PL)&nbsp;pode cumprir pena em regime fechado,&nbsp;embora em outra ala.
Os defensores registraram 340 pessoas para 177 vagas na ala de idosos &mdash;92% presos al&eacute;m da capacidade. Foram encontrados idosos com mais de 80 anos dormindo em colch&otilde;es no ch&atilde;o, conforme relat&oacute;rio obtido pela&nbsp;Folha.
Condenado a 27 anos&nbsp;e tr&ecirc;s meses por liderar a trama golpista, Bolsonaro pode ter de cumprir pena em regime fechado no pres&iacute;dio, caso o&nbsp;STF&nbsp;(Supremo Tribunal Federal) n&atilde;o aceite o recurso final da defesa.
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Bolsonaro tem 70 anos e, se fosse um preso comum, poderia ser enviado para a ala inspecionada pelos defensores. Mas os espa&ccedil;os visitados pela chefe de gabinete do ministro&nbsp;Alexandre de Moraes s&atilde;o outros: o PDF 1 (Penitenci&aacute;ria do Distrito Federal n&uacute;mero 1), onde uma das alas &eacute; destinada a abrigar presos que apresentam vulnerabilidade e onde pol&iacute;ticos j&aacute; ficaram presos; e o 19&ordm; Batalh&atilde;o de Pol&iacute;cia Militar do Distrito Federal &mdash;conhecido como "Papudinha", por ficar em frente &agrave; Papuda.
O ex-presidente est&aacute; em pris&atilde;o domiciliar desde agosto. Sua defesa alegar&aacute; o quadro de sa&uacute;de debilitado para evitar que ele cumpra regime fechado fora de casa.
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A inspe&ccedil;&atilde;o da Defensoria ocorreu no &uacute;ltimo dia 6 de novembro. O documento ser&aacute; enviado para todos os &oacute;rg&atilde;os da execu&ccedil;&atilde;o penal e para o CNJ (Conselho Nacional de Justi&ccedil;a).&nbsp;Relat&oacute;rios de per&iacute;odos anteriores&nbsp;tamb&eacute;m j&aacute; haviam apontado problemas na ala para idosos na Papuda.
A &aacute;rea verificada &eacute; maior do que apenas a ala dos idosos, e &eacute; chamada de CIR (Centro de Internamento e Reeduca&ccedil;&atilde;o), que abriga pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de priva&ccedil;&atilde;o de liberdade em regime semiaberto. Contando todos os blocos e alas, incluindo a dos idosos, a superlota&ccedil;&atilde;o &eacute; ainda maior, de 98%.
No quadro de m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es, o relat&oacute;rio registrou queixas da falta de materiais de higiene, da demora na presta&ccedil;&atilde;o de atendimento m&eacute;dico, muitas celas abafadas e sem ventila&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m da baixa quantidade de policiais penais.
"Um cen&aacute;rio de extrema superlota&ccedil;&atilde;o no bloco voltado aos idosos, com cerca de 38 pessoas por cela, as quais contavam com apenas 21 camas. O restante das pessoas l&aacute; alocadas pernoita no ch&atilde;o, em colch&otilde;es &mdash; os quais tamb&eacute;m s&atilde;o objeto de in&uacute;meras reclama&ccedil;&otilde;es dos presos, especialmente em raz&atilde;o da espessura &mdash;, ou em redes, havendo relatos, inclusive, de acidente com um interno idoso que fraturou a perna ao cair da rede", diz trecho do relat&oacute;rio.
Por outro lado, a ala dos idosos &eacute; a &uacute;nica que tem &aacute;gua aquecida para banho, dois ventiladores por cela e televis&atilde;o.
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A Defensoria recomenda medidas para conter a superlota&ccedil;&atilde;o do local, como amplia&ccedil;&atilde;o de sa&iacute;das antecipadas e progress&atilde;o de regime, "garantindo equil&iacute;brio entre os fluxos de entrada e sa&iacute;da do sistema prisional, priorizando-se as unidades de semiaberto e sobretudo a ala dos Idosos do CIR."
Eles tamb&eacute;m pedem a realiza&ccedil;&atilde;o de mutir&atilde;o de atendimento de sa&uacute;de, priorizando os presos com comorbidades, idosos e maiores de 80 anos. Al&eacute;m disso, sugerem melhoria na fiscaliza&ccedil;&atilde;o da alimenta&ccedil;&atilde;o e da estrutura das celas.
O relat&oacute;rio tamb&eacute;m foi encaminhado pelo deputado distrital F&aacute;bio F&eacute;lix (PSOL), presidente da Comiss&atilde;o de Defesa dos Direitos Humanos, para o CNJ. Segundo sua equipe, ainda ser&aacute; encaminhado para a Secretaria de Administra&ccedil;&atilde;o Penitenci&aacute;ria do DF.
O parlamentar pede que o Departamento de Monitoramento e Fiscaliza&ccedil;&atilde;o do Sistema Carcer&aacute;rio acompanhe o cumprimento da sa&iacute;da antecipada e da pris&atilde;o domiciliar humanit&aacute;ria dos idosos e doentes graves do local. Tamb&eacute;m solicita a efetividade das pol&iacute;ticas de progress&atilde;o de regime, reintegra&ccedil;&atilde;o social e limita&ccedil;&atilde;o da ocupa&ccedil;&atilde;o da ala dos idosos, entre outros pontos.
No documento, F&eacute;lix cita as declara&ccedil;&otilde;es recentes do governador&nbsp;Ibaneis Rocha&nbsp;(MDB) e de sua vice, Celina Le&atilde;o (PP), sobre o pres&iacute;dio&nbsp;n&atilde;o ter condi&ccedil;&otilde;es de receber idosos, sem mencionar diretamente Bolsonaro.
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"Acrescenta-se que, nas manifesta&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas recentes, tanto o governador Ibaneis Rocha quanto a vice-governadora Celina Le&atilde;o reconheceram a absoluta inadequa&ccedil;&atilde;o da infraestrutura da Papuda para abrigar pessoas idosas e doentes graves, o que refor&ccedil;a a prem&ecirc;ncia da ado&ccedil;&atilde;o de medidas ison&ocirc;micas para toda a popula&ccedil;&atilde;o prisional vulner&aacute;vel", afirma.
O governador do&nbsp;Distrito Federal&nbsp;disse &agrave;&nbsp;Folha&nbsp;nesta semana n&atilde;o poder garantir que o pres&iacute;dio da Papuda tenha condi&ccedil;&otilde;es de receber Bolsonaro por desconhecer o&nbsp;quadro de sa&uacute;de do ex-presidente. "N&atilde;o posso garantir. N&oacute;s n&atilde;o conhecemos as condi&ccedil;&otilde;es de sa&uacute;de dele", disse o governador, ao ser questionado se o pres&iacute;dio teria condi&ccedil;&otilde;es de receber Bolsonaro e se responsabilizar por ele.
Sobre a possibilidade de o Governo do Distrito Federal recorrer de eventual decis&atilde;o da corte nesse sentido, Ibaneis disse que a decis&atilde;o &eacute; do Supremo e da Vara de Execu&ccedil;&otilde;es Penais e que s&oacute; cabe &agrave; Secretaria de Administra&ccedil;&atilde;o Penitenci&aacute;ria de Bras&iacute;lia cumpri-la.
A pasta enviou, na semana passada, um of&iacute;cio a Moraes, solicitando que o&nbsp;ex-presidente fa&ccedil;a uma avalia&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica&nbsp;para verificar sua condi&ccedil;&atilde;o de ser mantido em pres&iacute;dios da capital federal.
Mas o magistrado viu "aus&ecirc;ncia de pertin&ecirc;ncia" no pedido e indicou que s&oacute; deve analis&aacute;-lo ap&oacute;s o fim do&nbsp;processo da trama golpista.
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A vice-governadora esteve com Bolsonaro em 15 de agosto. &Agrave; &eacute;poca, ela n&atilde;o se manifestou, mas, em&nbsp;entrevista ao SBT News&nbsp;na segunda-feira (11), ela disse que a Papuda n&atilde;o teria condi&ccedil;&otilde;es de receber o ex-presidente.
"A Papuda n&atilde;o tem condi&ccedil;&atilde;o de receber o Bolsonaro. Ele precisa de uma dieta especial, tem idade avan&ccedil;ada, trata-se de um ex-presidente. Se for bem cuidado, vai ter uma vida prolongada", afirmou.
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A Pol&iacute;cia Civil da Bahia deflagrou, nesta ter&ccedil;a-feira (4), a Opera&ccedil;&atilde;o Freedom, com o objetivo de desarticular o n&uacute;cleo armado e financeiro de uma organiza&ccedil;&atilde;o criminosa oriunda do Rio de Janeiro que atua em territ&oacute;rio baiano. A a&ccedil;&atilde;o &eacute; executada de forma simult&acirc;nea na Bahia e no Cear&aacute;, e resultou, at&eacute; o momento, na pris&atilde;o de 31 pessoas e no cumprimento de 46 mandados de busca e apreens&atilde;o.
Os mandados est&atilde;o sendo cumpridos em Salvador, nos bairros da Liberdade, Uruguai, Pernambu&eacute;s, Narandiba e Areia Branca, nos munic&iacute;pios de Aratu&iacute;pe e Ilh&eacute;us, e tamb&eacute;m na cidade de Eus&eacute;bio, no Cear&aacute;. Ao todo, mais de 90 ordens judiciais foram expedidas e est&atilde;o sendo cumpridas ao longo do dia.
Al&eacute;m das a&ccedil;&otilde;es de pris&atilde;o e busca, a Justi&ccedil;a determinou o bloqueio de 51 contas banc&aacute;rias ligadas ao grupo investigado. Os alvos da Opera&ccedil;&atilde;o Freedom s&atilde;o suspeitos de envolvimento em homic&iacute;dios e na expans&atilde;o do tr&aacute;fico de drogas em Salvador e outras cidades da Bahia. De acordo com o Departamento de Homic&iacute;dios e Prote&ccedil;&atilde;o &agrave; Pessoa (DHPP), os resultados da opera&ccedil;&atilde;o devem contribuir para a elucida&ccedil;&atilde;o de cerca de 30 assassinatos ocorridos na capital baiana.
A opera&ccedil;&atilde;o conta com o apoio da Superintend&ecirc;ncia de Intelig&ecirc;ncia da Secretaria da Seguran&ccedil;a P&uacute;blica (SSP-BA) e do Departamento de Pol&iacute;cia T&eacute;cnica (DPT). A Freedom tem como foco enfraquecer a estrutura criminosa, apreender armas e bens, prender lideran&ccedil;as e interromper o fluxo de recursos il&iacute;citos usados para sustentar o dom&iacute;nio territorial e a pr&aacute;tica de homic&iacute;dios.
Mais de 400 policiais civis e militares participam da opera&ccedil;&atilde;o, que re&uacute;ne equipes dos Departamentos de Homic&iacute;dios e Prote&ccedil;&atilde;o &agrave; Pessoa (DHPP), de Intelig&ecirc;ncia Policial (DIP), de Repress&atilde;o e Combate &agrave; Corrup&ccedil;&atilde;o, ao Crime Organizado e &agrave; Lavagem de Dinheiro (Draco), Especializado de Investiga&ccedil;&atilde;o e Repress&atilde;o ao Narcotr&aacute;fico (Denarc), Especializado de Investiga&ccedil;&otilde;es Criminais (Deic), de Pol&iacute;cia Metropolitana (Depom), de Pol&iacute;cia do Interior (Depin), de Prote&ccedil;&atilde;o &agrave; Mulher, Cidadania e Pessoas Vulner&aacute;veis (DPMCV), al&eacute;m da Coordena&ccedil;&atilde;o de Pol&iacute;cia Interestadual (Polinter) e da Coordena&ccedil;&atilde;o de Opera&ccedil;&otilde;es e Recursos Especiais (Core).
A Freedom tamb&eacute;m conta com o apoio do Denarc da Pol&iacute;cia Civil do Cear&aacute; e da For&ccedil;a Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-BA).
&nbsp;A Pol&iacute;cia Militar atua com efetivos do Batalh&atilde;o de Opera&ccedil;&otilde;es Policiais Especiais (Bope), Batalh&otilde;es de Patrulhamento T&aacute;tico M&oacute;vel (BPatamo), Batalh&atilde;o de Pol&iacute;cia de Choque (BPChoque), Batalh&atilde;o G&ecirc;meos, Apolo, T&aacute;tico Ostensivo Rodovi&aacute;rio (TOR), Esquadr&atilde;o &Aacute;guia, Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe/Polo) e das Rondesp Central, Atl&acirc;ntico e BTS.

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<a href="https://politicalivre.com.br/2025/07/eleicao-do-pt-na-bahia-tem-denuncia-de-mortos-como-eleitores-e-caso-deve-ir-a-justica/#gsc.tab=0">Passada a acirrada disputa interna no Processo de Elei&ccedil;&atilde;o Direta (PED), recheada de den&uacute;ncias de irregularidades e at&eacute; de mortos como eleitores</a>, integrantes do PT da Bahia iniciaram o movimento de cicatrizar as feridas e reagrupar as for&ccedil;as para pr&oacute;ximo desafio eleitoral da porta para fora, que coloca em jogo a hegemonia de 20 anos do grupo no Governo do Estado. Entre os que dizem j&aacute; ter virado a p&aacute;gina est&aacute; o ex-presidente estadual Jonas Paulo, derrotado por T&aacute;ssio Brito no &uacute;ltimo PED, a quem fez duras cr&iacute;ticas ao longo da campanha.&nbsp;
Nesta entrevista exclusiva, concedida ao Pol&iacute;tica Livre na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (22), quando seguia para uma reuni&atilde;o da Executiva do PT na Assembleia Legislativa, Jonas afirma que, como um dos fundadores, tem &ldquo;responsabilidade com a condu&ccedil;&atilde;o do partido&rdquo;, apontando que se avizinha uma corrida dif&iacute;cil. &nbsp; &ldquo;Estamos trabalhando numa linha de construir a unidade, porque a disputa n&atilde;o ser&aacute; f&aacute;cil&rdquo;.
Ele diz que o legado de cinco mandatos credencia o grupo a uma nova rodada, mas adverte os correligion&aacute;rios a n&atilde;o &ldquo;negligenciar a for&ccedil;a do advers&aacute;rio&rdquo;, nem ainda deter-se em debates laterais, a exemplo da forma&ccedil;&atilde;o da chapa ao Senado, sen&atilde;o em consolidar a lideran&ccedil;a do governador Jer&ocirc;nimo Rodrigues. &ldquo;N&oacute;s n&atilde;o podemos abrir um debate que n&atilde;o aponte a afirma&ccedil;&atilde;o de uma lideran&ccedil;a com maior longevidade, que &eacute; Jer&ocirc;nimo&rdquo;.
Sobre o desenho nacional, Jonas Paulo diz que o PT baiano ter&aacute; novamente a miss&atilde;o de assegurar a margem de votos para manter Lula no Planalto por mais quatro anos, &ldquo;porque l&aacute; no Sul as coisas continuam mais ou menos parecidas [&hellip;] O quadro l&aacute; embaixo n&atilde;o evoluiu&rdquo;.
Leia a entrevista completa:
Como ficou o ambiente no partido depois que decantou aquela disputa acirrada do PED?
O ambiente est&aacute; tranquilo, eu sou fundador do PT, portanto tenho responsabilidade com a condu&ccedil;&atilde;o do partido. Eu estou indo para a dire&ccedil;&atilde;o nacional, para a dire&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Perseu Abramo, estou aqui no governo coordenando o plano estrat&eacute;gico de desenvolvimento do Estado, estamos trabalhando numa linha de construir a unidade, porque a disputa n&atilde;o ser&aacute; f&aacute;cil. Aqueles que acham que a disputa ser&aacute; f&aacute;cil est&atilde;o enganados. N&oacute;s precisamos consolidar a lideran&ccedil;a do governador no Estado, precisamos trabalhar o governador como uma lideran&ccedil;a jovem que abre a perspectiva, de fato, da moderniza&ccedil;&atilde;o da Bahia, de criar esperan&ccedil;a para o povo da Bahia. J&aacute; fizemos a democratiza&ccedil;&atilde;o, j&aacute; fizemos obra, mas n&oacute;s precisamos apresentar o futuro, um futuro est&aacute;vel, um futuro de desenvolvimento, um futuro em que a Bahia ocupe o seu lugar no pa&iacute;s, e essa lideran&ccedil;a chama-se Jer&ocirc;nimo Rodrigues, que precisa ser afirmada junto com o presidente Lula. N&oacute;s temos que construir a gera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-Lula, e a gera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-Lula passa pela afirma&ccedil;&atilde;o da lideran&ccedil;a de Jer&ocirc;nimo. N&atilde;o podemos entrar em discuss&otilde;es menores que n&atilde;o est&atilde;o no centro da estrat&eacute;gia, porque para n&oacute;s o mais importante &eacute; ampliar a bancada, eleger o governador, manter a Bahia como retaguarda estrat&eacute;gica da vit&oacute;ria nacional, botar a Bahia como centro decisivo das elei&ccedil;&otilde;es nacionais junto com o Nordeste.&nbsp;
E que proje&ccedil;&atilde;o o senhor faz para esse pr&oacute;ximo ciclo eleitoral?
N&oacute;s n&atilde;o temos desgaste de material para dizer que o PT esgotou, n&atilde;o, n&oacute;s estamos com muita vitalidade, com muita proposta [&hellip;] O PT tem que ser a for&ccedil;a que dialoga com a sociedade, resgatar a sua hegemonia. Quando eu sa&iacute; da presid&ecirc;ncia, o PT tinha dez federais, 14 estaduais e 93 prefeitos. N&oacute;s vamos retomar essa ofensiva, respeitando os aliados, todos cresceram, mas o PT tinha o protagonismo e n&oacute;s estamos buscando construir essa perspectiva. Eu estou muito confiante de que n&oacute;s vamos para uma disputa dif&iacute;cil, tanto a nacional como estadual, elei&ccedil;&atilde;o dura. N&oacute;s n&atilde;o podemos negligenciar as interven&ccedil;&otilde;es externas no processo brasileiro, n&atilde;o d&aacute; para pensar que os Estados Unidos v&atilde;o assistir e bater palmas para essa elei&ccedil;&atilde;o. N&oacute;s vamos ter que enfrentar as big techs, os pr&oacute;prios interesses americanos na elei&ccedil;&atilde;o. O Brasil &eacute; o B dos Brics, ent&atilde;o temos que estar tranquilos quanto a isso.&nbsp;
<h2>&ldquo;Temos um excelente trabalho constru&iacute;do ao longo desses quatro mandatos, agora no quinto com Jer&ocirc;nimo, que nos coloca em condi&ccedil;&otilde;es de disputar. N&atilde;o podemos negligenciar a for&ccedil;a do advers&aacute;rio. N&atilde;o podemos&rdquo;.</h2>
Objetivamente aqui na Bahia qual &eacute; o grande desafio do PT para atravessar essa disputa dif&iacute;cil?
Primeiro, n&oacute;s temos que manter essa toada de garantir as nossas for&ccedil;as e sermos capazes de aglutinar os aliados, manter a alian&ccedil;a e at&eacute; ampli&aacute;-la &eacute; um objetivo nosso. Mas ao mesmo tempo esse processo passa pela constru&ccedil;&atilde;o de um protagonismo. O projeto tem que ter uma cara, tem que ter um projeto para renovar a Bahia, criar novas perspectivas, trazer a &nbsp;lideran&ccedil;a nacional para a Bahia, desenvolver nossas ferrovias, nossos portos, aeroportos, erradicar a fome, diminuir a desigualdade social, afirmar a agricultura familiar. Tudo isso &eacute; muito dif&iacute;cil, n&atilde;o &eacute; uma coisa simples que faz de uma hora para a outra. E isso n&oacute;s temos que estar muito conscientes da nossa responsabilidade. Agora, os nossos advers&aacute;rios na Bahia vir&atilde;o conforme vierem nacionalmente, eu n&atilde;o tenho d&uacute;vida. Eles trabalham nacionalmente na perspectiva de dois turnos, que eu acho que &eacute; a &uacute;nica forma que eles podem ainda pensar em enfrentar o presidente Lula. Isso vai repercutir aqui conforme eles vierem. Mas n&oacute;s temos muita convic&ccedil;&atilde;o que temos um excelente trabalho constru&iacute;do ao longo desses quatro mandatos, agora no quinto com Jer&ocirc;nimo, que nos coloca em condi&ccedil;&otilde;es de disputar. N&atilde;o podemos negligenciar a for&ccedil;a do advers&aacute;rio. N&atilde;o podemos.&nbsp;
<h2>&ldquo;N&atilde;o d&aacute; para dizer que Jer&ocirc;nimo n&atilde;o tem marca, agora o que precisa &eacute; consolidar, isso a&iacute; &eacute; verdade&rdquo;.</h2>
A oposi&ccedil;&atilde;o tem dito que o governador Jer&ocirc;nimo ainda n&atilde;o conseguiu colocar sua marca. Que avalia&ccedil;&atilde;o faz disso?&nbsp;
O governador Jer&ocirc;nimo tem uma marca, de uma lideran&ccedil;a emergente e que est&aacute; fazendo investimentos estruturantes. Ele pegou o programa da escola em tempo integral e deu uma din&acirc;mica maior, &eacute; uma marca da forma&ccedil;&atilde;o de quadros, da articula&ccedil;&atilde;o do ensino do tempo integral, com o ensino profissional, com o ensino universit&aacute;rio e com o ensino t&eacute;cnico. Isso &eacute; uma marca, sem d&uacute;vida. A outra marca &eacute; que ele est&aacute; consolidando com as policl&iacute;nicas e com os hospitais a economia da sa&uacute;de. Hoje as regi&otilde;es s&atilde;o outras em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de, n&atilde;o s&oacute; em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; rede de servi&ccedil;os, como tamb&eacute;m &agrave; estrutura das atividades econ&ocirc;micas que se desenvolve com as policl&iacute;nicas, os hospitais regionais, as UTIs, as UPAs, somado &agrave;s unidades b&aacute;sicas de sa&uacute;de da fam&iacute;lia. Isso ele est&aacute; fazendo de uma forma magistral. E ele est&aacute; destravando os grandes investimentos da Bahia que vinham travados ao longo do tempo, que foram travados nos seis anos em que o PT esteve fora do governo federal, que &eacute; a Fiol Porto Sul, o Porto Salvador, o Estaleiro da Enseada do Paragua&ccedil;u e ainda todo a quest&atilde;o da apropria&ccedil;&atilde;o da energia produzida na Bahia. Ele est&aacute; fazendo coisas no ponto de vista de construir as bases da Bahia para o futuro, ele tem boas marcas, que &eacute; o cara que est&aacute; modernizando a estrutura econ&ocirc;mica do Estado e melhorando a vida social [&hellip;] Ent&atilde;o n&atilde;o d&aacute; para dizer que n&atilde;o tem marca, agora o que precisa &eacute; consolidar, isso a&iacute; &eacute; verdade. Precisamos consolidar essa lideran&ccedil;a. N&oacute;s n&atilde;o podemos entrar no debate, por exemplo, sobre quem vai ser o senador. Eu quero saber quem &eacute; o governador e quem ele vai conduzir. N&oacute;s temos que discutir um novo tempo na Bahia, por isso n&atilde;o vou ficar discutindo se temos dois do PT se n&atilde;o &eacute; do PT. Para mim, o importante &eacute; como o nosso campo vai ficar unido em torno de Jer&ocirc;nimo e em torno de Lula, e a&iacute; a gente discute as chapas proporcionais e as chapas de senadores.&nbsp;
<h2>&ldquo;O Lula tem que ganhar com uma margem na Bahia porque l&aacute; no Sul as coisas continuam mais ou menos parecidas [&hellip;] O quadro l&aacute; embaixo n&atilde;o evoluiu&rdquo;.</h2>
O senhor j&aacute; antecipou um pouco da nossa pergunta sobre o Senado. Mas como o PT est&aacute; lidando com esse movimento do senador Angelo Coronel, que praticamente declara independ&ecirc;ncia ao dizer que ser&aacute; candidato a todo custo?
Primeiro, essa quest&atilde;o [do Senado] n&atilde;o &eacute; a quest&atilde;o estrat&eacute;gica central. A estrat&eacute;gia central &eacute; o Lula tem que ganhar com uma margem na Bahia porque l&aacute; no Sul as coisas continuam mais ou menos parecidas. Melhorou no Rio de Janeiro, mas se o governador de S&atilde;o Paulo for o candidato &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o endurece a disputa em S&atilde;o Paulo e n&oacute;s n&atilde;o temos claro o que vamos fazer em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, no Paran&aacute;. O quadro l&aacute; embaixo n&atilde;o evoluiu. Ent&atilde;o, a Bahia tem um papel central de liderar o Nordeste, porque o Nordeste deu 11 milh&otilde;es de votos de frente para Lula, sendo quatro milh&otilde;es na Bahia e Lula ganhou por dois milh&otilde;es no Brasil. Essa &eacute; a disputa central. Os Brics, a China, a R&uacute;ssia, a &Iacute;ndia, a &Aacute;frica do Sul, os pa&iacute;ses &aacute;rabes, todo mundo atento com o que vai acontecer no Brasil. O B dos Brics vai permanecer? Isso &eacute; uma coisa que para n&oacute;s &eacute; important&iacute;ssima. E isso vai ser decidido aqui: O B de Brasil vai ser decidido no B da Bahia. Essa que &eacute; a minha preocupa&ccedil;&atilde;o, isso que me faz ficar 24 horas atento. E quem &eacute; que conduz isso? O governador Jer&ocirc;nimo. Porque a disputa vai se dar n&atilde;o pela capacidade de voc&ecirc; ter voto para o Senado, e sim ter votos para presidente, para governador e para deputado, eleger bancada. Esse &eacute; o centro da disputa. Agora, &eacute; importante o Senado? &Eacute;, porque n&oacute;s precisamos ter voz no Senado, porque todas as a&ccedil;&otilde;es passam no Senado. Mas a&iacute; Otto n&atilde;o &eacute; do PT e est&aacute; dando show, todo o Brasil reconhece. Wagner d&aacute; show. N&oacute;s vamos definir aquilo que ajuda a unificar em torno de Jer&ocirc;nimo, de Lula e da possibilidade de a gente ampliar a bancada.
<h2>&ldquo;N&oacute;s n&atilde;o podemos abrir um debate que n&atilde;o aponte a afirma&ccedil;&atilde;o de uma lideran&ccedil;a com maior longevidade, que &eacute; Jer&ocirc;nimo&rdquo;.</h2>
O senhor foi um presidente que teve bancada forte em Bras&iacute;lia, na Assembleia, representa&ccedil;&atilde;o forte em Salvador e viu ao longo do tempo a representatividade do PT numericamente diminuir. Isso teve reflexo, por exemplo, na elei&ccedil;&atilde;o do ano passado em Salvador, sobre a qual o senhor j&aacute; fez cr&iacute;ticas abertas. O que o partido precisa fazer para recompor aquela frente que se tinha tempos atr&aacute;s?&nbsp;
Olha, vou lhe dizer qual &eacute; um dos orgulhos que eu tenho. Eu era representante do governo da Bahia em Bras&iacute;lia e veio a vota&ccedil;&atilde;o do impeachment da Dilma e n&oacute;s tivemos 24 votos. Eu ajudei, inclusive, na &eacute;poca o governador Rui a coesionar nossa bancada para tomar essa defini&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o n&oacute;s precisamos continuar com essa margem na bancada, que &eacute; com o crescimento do PT e com o crescimento dos aliados, eu n&atilde;o quero crescer sozinho, quero crescer com os aliados. Mas s&oacute; que n&oacute;s temos que ter aten&ccedil;&atilde;o de que um projeto tem um centro, tem eixos que est&atilde;o pela condu&ccedil;&atilde;o de uma centro-esquerda, que a esquerda lidera. Ent&atilde;o n&oacute;s temos que ter isso claro. E foi o que eu fiz quando fui presidente. N&oacute;s tivemos 94 prefeitos e o PSD tinha 77, o PP tinha 51. Todo mundo cresceu, o PSB tinha 35, o PCdoB tinha 18, o PDT tinha 24. Esse foi o resultado da elei&ccedil;&atilde;o que eu coordenei como presidente do PT. Elegemos dez federais, mas todos partidos elegeram bancada. Ent&atilde;o esse &eacute; o nosso objetivo para a gente n&atilde;o perder o eixo. E outra coisa, voc&ecirc; n&atilde;o pode ficar discutindo onde tem lideran&ccedil;as consolidadas. Todos j&aacute; foram presidente da Assembleia, ministro, governador, senador, deputado federal&hellip;.ent&atilde;o n&oacute;s n&atilde;o podemos abrir um debate que n&atilde;o aponte a afirma&ccedil;&atilde;o de uma lideran&ccedil;a com maior longevidade, que &eacute; Jer&ocirc;nimo. Se n&atilde;o, vamos ficar discutindo desgaste de material. &lsquo;Ah, eles n&atilde;o t&ecirc;m mais candidato e t&ecirc;m que usar os que j&aacute; foram&rsquo;. Ali&aacute;s, por falar em desgaste de material, &eacute; o lado de l&aacute; que n&atilde;o tem candidato e fica buscando os que j&aacute; foram candidatos a tudo e mais alguma coisa. Ent&atilde;o, &eacute; essa linha que n&oacute;s temos que evitar.&nbsp;
<h2>&ldquo;A pol&iacute;tica &eacute; feita da capacidade de movimentos, mas eu acho que n&oacute;s n&atilde;o podemos ficar presos apenas &agrave; quest&atilde;o de capturar lideran&ccedil;as do outro lado&rdquo;.</h2>
O senhor &eacute; a favor desse momento que o governador faz para trazer prefeitos da oposi&ccedil;&atilde;o, que muitas vezes acaba at&eacute; ferindo correligion&aacute;rios do PT?&nbsp;
A pol&iacute;tica &eacute; feita da capacidade de movimentos, mas eu acho que n&oacute;s n&atilde;o podemos ficar presos apenas &agrave; quest&atilde;o de capturar lideran&ccedil;as do outro lado, apesar que voc&ecirc; tem que capturar, mas n&atilde;o pode ser o central do seu movimento. O central do seu movimento &eacute; a gente conseguir dialogar com os setores que produzem na Bahia, com os setores importantes, os empres&aacute;rios, os trabalhadores, as universidades, os centros de pesquisa, as empresas, as cooperativas, &eacute; importante a gente ter um projeto consolidado nesses segmentos que fazem o dia a dia. Porque nas conveni&ecirc;ncias da pol&iacute;tica &agrave;s vezes o prefeito vem, mas o deputado n&atilde;o vem, o vereador n&atilde;o vem, ent&atilde;o &eacute; todo um jogo que faz parte da movimenta&ccedil;&atilde;o, mas n&atilde;o pode ser o centro da nossa movimenta&ccedil;&atilde;o.

A Câmara dos Deputados deve votar na próxima semana parte das medidas que o governo Lula (PT) considera prioritárias para compensar o buraco de R$ 35 bilhões no Orçamento por causa da derrubada da MP (medida provisória) de aumento de impostos pela Casa no início deste mês.

O texto elaborado pelo Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad (PT), pode fazer andar um projeto que estava parado na Câmara e que permite pagar um imposto menor para atualizar o preço de bens e imóveis no Imposto de Renda. A aprovação da matéria é de interesse do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Para acelerar a tramitação, Motta sugeriu que as medidas de Haddad sejam incorporadas a esse projeto, que está travado, mas pronto para ir ao plenário. Outra opção, defendida pelo líder do governo Lula (PT), José Guimarães (PT-CE), é aproveitar o projeto que torna crime hediondo a falsificação de bebidas, pautado para a próxima semana. A decisão final vai ficar a cargo de Guimarães.

Segundo ficou acordado em reunião de Motta com os líderes partidários, nesta quinta-feira (23), as iniciativas do governo referentes a corte de despesas e compensações tributárias, que são consideradas consensuais, devem entrar em um desses dois projetos, que tratam de outros temas.

Essa prática, de inserir em um projeto medidas que não têm a ver com o tema original, é conhecida pelo jargão político de jabuti.

"O texto está elaborado, há consenso, então eu vou tratar como é que inclui. [...] Vamos tentar votar na terça (28) ou quarta (29). Evidentemente que isso depende das negociações que estamos fazendo", disse Guimarães.

"O governo está decidindo qual veículo vai usar nessa questão, para repor o que foi perdido na MP. O governo deve apresentar até a semana que vem a saída", afirmou Motta.

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que os cortes de despesas podem entrar no projeto de falsificação de bebidas ou em uma nova medida provisória. Já Guimarães descartou o envio de outra MP, a não ser que os projetos não sejam aprovados.

Na semana seguinte, ainda segundo líderes, deve entrar na pauta um corte linear de benefícios fiscais —o texto será construído a partir de três projetos sobre o assunto que já tramitam na Câmara. A estimativa de arrecadação é de R$ 19,8 bilhões.

Como afirmou o líder do governo em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, essas duas medidas são consideradas essenciais para possibilitar a votação do Orçamento de 2026 e cumprir a meta fiscal. Essas matérias são as que o Palácio do Planalto espera votar no Congresso até o fim do ano.

Questionado sobre a demora no envio dos textos ao Congresso, já que Haddad afirmou que isso ocorreria até terça (21), Guimarães afirmou que há consenso no governo, mas que não poderia "botar o carro na frente dos bois" e que há um processo de negociação ampla com os parlamentares.

O texto a ser votado na próxima semana vai incluir medidas de contenção de despesas, com impacto estimado em R$ 15 bilhões, e o limite mais rigoroso para uso de créditos tributários na compensação de impostos a pagar, que pode ampliar a arrecadação em R$ 10 bilhões no ano que vem.

Entre as medidas de ajuste nos gastos, Haddad citou mudanças no seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período em que a atividade é proibida), no Atestmed (sistema online para concessão de auxílio-doença sem perícia presencial) e a inclusão do Pé-de-Meia no piso da educação.

Uma das opções para abrigar o jabuti, o projeto que endurece a punição para falsificação de bebidas e alimentos, apresentado originalmente em 2007, teve a urgência aprovada na Câmara no último dia 2, em resposta aos casos de intoxicação com metanol. Relatada pelo deputado Kiko Celeguim (PT-SP), essa proposta já foi incluída na pauta da semana que vem, de acordo com Motta.

Já o projeto sobre atualização de preço de imóveis, que interessa a Motta, cria o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp). O programa permite que bens móveis e imóveis tenham seu valor atualizado no Imposto de Renda com o pagamento de um percentual menor de tributo sobre o ganho de capital.

O texto já foi aprovado no Senado, mas enfrentava resistência do governo, já que, apesar de permitir uma arrecadação maior de impostos no curto prazo, compromete as receitas da União no longo prazo.

Motta determinou um esforço concentrado na próxima semana para votar uma pauta extensa e suspendeu as comissões para que as sessões plenárias ocorram de segunda (27) a quinta (30). Entre os projetos que devem ser votados estão o que proíbe cobrança por mala de mão, o do devedor contumaz, o da economia circular, o de regulamentação do streaming, a medida provisória que extingue a cobrança da taxa de verificação de taxímetros e o que cria o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), para incentivos fiscais ao setor.

Além disso, estão previstas votações de regime de urgência para projetos ambientais duas semanas antes da realização da COP30 em Belém.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, tem mantido a tranquilidade diante da possibilidade de assumir a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) com a saída do ministro Luís Roberto Barroso. Segundo aliados, o ministro está bem-humorado e costuma repetir que "tudo tem seu tempo".

Amigos atribuem a serenidade à sua fé e dizem que ele costuma enxergar os acontecimentos como resultado do que já foi plantado. Se nomeado e aprovado no Senado, Messias será o terceiro evangélico entre os 172 ministros que já passaram pela corte em 134 anos.

Os valores religiosos dele são um dos fatores que reforçam a possível escolha de Lula para a vaga, já que às vésperas do ano eleitoral a aproximação com o segmento evangélico é uma das preocupações do político.

Mesmo diante das especulações, Messias tem evitado se movimentar politicamente. Ele tenta acalmar interlocutores dizendo que "o jogo só acaba quando termina" e que é tempo de esperar. Segundo um interlocutor, ele ainda não iniciou nenhuma preparação prática, como o estudo para a sabatina no Senado.

A indicação ao Supremo depende do presidente da República, mas o nome escolhido só assume o cargo após ser sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e aprovado pela maioria do plenário do Senado.

O ministro também tem orientado os colegas na AGU (Advocacia-Geral da União) a não mudarem a forma de trabalhar por causa de expectativas sobre sua saída.

No governo, há quem avalie que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não demonstrou contrariedade por não ter sido o nome preferido para ocupar a vaga na Corte.

À coluna, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que encontrou Pacheco nesta quinta-feira (23), relatou que o senador estava bem-humorado e brincalhão. Nas redes sociais, Correia publicou um vídeo em que afirma que o presidente do Senado é seu favorito para o STF.

Durante a assinatura da ordem de serviço para a construção de encostas em Águas Claras, nesta quinta-feira (23), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), rebateu as críticas da bancada de oposição na Câmara Municipal (CMS) sobre a tramitação dos projetos enviados pelo Executivo à Casa.

De acordo com o chefe do Palácio Thomé de Souza, a oposição tem propagado fake news ao afirmar que as propostas foram apreciadas de forma acelerada. Bruno garantiu que todos os projetos seguiram os trâmites legais e negou ter recorrido ao regime de “urgência urgentíssima”.

“As críticas são infundadas. Nenhum projeto foi aprovado em regime de urgência urgentíssima, diferente do que acontece lá no CAB. Então, a oposição na Câmara Municipal precisa olhar para o próprio rabo antes de falar”, afirmou o prefeito.

As críticas partiram de vereadores liderados por Aladilce Souza (PCdoB), que usaram as redes sociais para questionar o volume e a velocidade de análise das proposições do Executivo, aprovadas na sessão ordinária de quarta-feira (22).

Bruno Reis ressaltou que o governo municipal ficou seis meses sem encaminhar projetos à Câmara e que, mesmo com o envio de um conjunto de matérias no segundo semestre, todas tramitaram dentro do prazo e com debate público.

“Vamos parar com as fake news. Querem curtidas, querem likes. Se eu mandei os projetos no início de agosto e estamos no fim de outubro, eles tramitaram por três meses. Tudo dentro da normalidade. Eu até sugeriria que os vereadores dessem uma olhada na Assembleia Legislativa para ver como as coisas andam por lá”, ironizou.

O prefeito também criticou a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), afirmando que, na Assembleia Legislativa da Bahia, os deputados do governo aprovam projetos sem considerar a opinião pública.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), apresentou, nesta quinta-feira (23), um recurso contra a decisão do Conselho de Ética da Casa de arquivar o processo que pedia a cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Com isso, o recurso deve ser votado no plenário, que pode manter o arquivamento ou revertê-lo. Não há prazo para que o tema seja pautado, o que depende de decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Para protocolar o recurso, são necessárias ao menos 52 assinaturas e, segundo Lindbergh, mais de 80 deputados assinaram a peça.

Nesta quarta-feira (22), o Conselho de Ética arquivou a representação que pedia a cassação do mandato de Eduardo. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está desde março nos Estados Unidos, de onde patrocina um lobby junto a autoridades norte-americanas para que tomem medidas para livrar seu pai da condenação pela trama golpista.

O órgão da Câmara aprovou por 11 votos a 7 o parecer do relator, Marcelo Freitas (União Brasil-MG), segundo quem a atuação de Eduardo está amparada no exercício da liberdade de expressão e na imunidade parlamentar, representando "opinião política em contexto de debates internacionais".

Eduardo ainda pode perder o mandato por faltas, mas, pelas regras da Câmara, isso só pode ocorrer em 2026.

O líder do PT afirmou "não ver como" o caso ser arquivado pelo plenário por ser um tema que "interessa ao país como um todo e também ao governo". "Cada deputado que toma a posição de arquivar esse caso contra Eduardo Bolsonaro é um posicionamento contra o governo. O presidente Lula não se cansa de falar desse absurdo", disse o petista.

"Eduardo não para de tramar contra o interesse público e a soberania nacional, que são o primeiro dever do parlamentar. [...] A ação dele, feita fora do Brasil, foi para tentar constranger ministro do Supremo Tribunal Federal. Para nós tem também um crime de traição nacional. Ele assumiu que trabalhou junto com autoridades norte-americanas sobre a questão das tarifas", completou Lindbergh.

Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o recurso não será aprovado e que Eduardo não quebrou o decoro.

"A gente não pode ficar aqui avacalhando o mandato. Mandato de parlamentar é uma coisa sagrada e só deve ser cassado ou ter sanções quando for de verdade quebra de decoro", afirmou.

"Ganhei no Conselho de Ética e vou ganhar no plenário. [...] Nós estamos muito bem aliançados com os partidos de centro, eles entendem que o que aconteceu com o deputado Eduardo Bolsonaro não é quebra de decoro", completou.

A decisão que poupa Eduardo foi bancada pela oposição e pelo centrão, que votou em peso pelo arquivamento. Dos partidos de centro e de direita, apenas os deputados Castro Neto (PSD-PI) e Ricardo Maia (MDB) votaram pelo prosseguimento das investigações contra o deputado.

O PSOL, por meio dos deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Paulo Lemos (PSOL-AP), apresentou voto em separado ao parecer do relator argumentando que há provas de quebra do decoro parlamentar, como a declaração de que uma anistia a Bolsonaro era condicionante para a realização das eleições de 2026.

A posição do partido de esquerda, porém, não foi acolhida.

A representação pela perda do mandato de Eduardo por quebra de decoro parlamentar foi apresentada pelo PT sob o argumento de o filho de Bolsonaro fez ataques reiterados a instituições, especialmente ao STF, e atuou junto a autoridades estrangeiras para constranger instituições brasileiras.

Em meio às movimentações de Eduardo, o governo de Donald Trump anunciou o tarifaço contra o Brasil, citando o caso de Bolsonaro como uma das justificativas, e puniu integrantes do STF, familiares e outras autoridades brasileiras com base na Lei Magnitsky, que em teoria permite ao governo dos EUA aplicar sanções econômicas e restrições a pessoas e entidades estrangeiras apontadas como envolvidas em corrupção ou violações graves de direitos humanos.

O parlamentar também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob a acusação de recorrer ao governo Trump para coagir autoridades brasileiras a enterrar o processo contra Bolsonaro pela trama golpista de 2022.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) temem que a investigação sobre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, atrapalhe as articulações para as eleições de 2026.

Reservadamente, disseram ver com estranheza a decisão de retomada da apuração contra o dirigente por suposta participação na trama golpista. Para eles, trata-se de uma tentativa de enquadrar quem é hoje o principal articulador da sigla.

A decisão de reabrir o inquérito sobre Valdemar foi tomada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por sugestão do ministro Alexandre de Moraes.

A principal consequência prática será a dificuldade de interlocução com Bolsonaro, avaliam seus aliados. O ex-presidente já está proibido de receber visitas, com as exceções autorizadas por Moraes.

Nesta quarta, ele já negou que Valdemar encontrasse o ex-presidente, sob a justificativa de que Bolsonaro está proibido de manter contato com demais réus e investigados do caso da trama golpista.

A proibição já aconteceu no passado, quando o dirigente era investigado também. Eles ficaram nessa situação por um ano, enquanto a Polícia Federal apurava a tentativa de golpe de Estado.

O presidente do PL chegou a ser indiciado no inquérito, mas acabou não sendo incluído na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Na época, bolsonaristas já apontavam a dificuldade de articulação e a proliferação de ruídos na sigla que a situação causava. Para eles, isso atrapalhou nas eleições municipais, como em Curitiba, onde o ex-presidente foi na contramão do partido.

Bolsonaro também se queixou em entrevistas do presidente do partido e chegou ameaçar deixar a legenda —algo que aliados atribuíram à falta de conversas entre os dois.

Agora, com o ex-presidente em prisão domiciliar e impedido de falar com as pessoas, esse diálogo tende a ficar ainda mais prejudicado, porque muitas decisões têm de passar pelos dois.

Além de se ocupar dessas conversas e articulações pelo cargo que ocupa, Valdemar tem intensificado viagens pelo país, algo que ficava mais a cargo de Bolsonaro.

Em casa e preocupado com uma possível ida para um presídio quando terminar a fase de recursos no STF, o ex-presidente não tem sido muito atuante nas articulações para 2026, de acordo com interlocutores. Ainda cabe a ele a definição, sobretudo, de nomes para o Senado. E, para aliados, isso ficará ainda mais difícil se Moraes mantiver proibição de Valdemar visitá-lo.

Nas redes sociais, parlamentares saíram em defesa do presidente do PL. "[A investigação] É apenas uma desculpa para alcançar seu objetivo de cassar o registro do PL. Mais um gol de mão que o VAR da 1ª turma do STF vai validar, pelo bem da democracia, claro", disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

"Que isso sirva de alerta a outros partidos, incluindo PP, União Brasil, Republicanos, PSD e até o PT. Se o vento na biruta do biruta mudar, ele vai pra cima de qualquer um, sem nenhuma cerimônia. Basta ousar contrariar seus interesses", completou.

Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse reafirmar seu "total apoio ao presidente Valdemar Costa Neto, que atuou dentro da legalidade e com respeito às instituições brasileiras".

"Questionar as urnas buscando o aprimoramento do processo eleitoral se tornou crime", afirmou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Por que o inquérito foi reaberto

A reabertura do inquérito foi definida pela maioria dos ministros da Primeira Turma do STF, derrotada a posição defendida pelo ministro Luiz Fux.

A sugestão foi dada por Moraes ao votar pela condenação de Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL em 2022 para produzir relatório contra as urnas eletrônicas.

A Primeira Turma condenou Rocha a sete anos e seis meses de pena pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Ele é acusado de produzir um relatório que criava falsas suspeitas de fraudes em parte das urnas utilizadas nas eleições de 2022.

Com base nesse relatório, o PL entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a anulação dos votos de quase metade das urnas. A ação foi rejeitada na Justiça Eleitoral, e o partido foi condenado a pagar multa de quase R$ 23 milhões por litigância de má-fé.

Além da decisão sobre Valdemar, o STF também publicou nesta quarta-feira (22) o acórdão com a decisão que condenou o ex-presidente e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, ampliando a pressão sobre o bolsonarismo.

Com a publicação, que formaliza o resultado do julgamento, passam a contar os prazos para que as defesas possam recorrer. Um eventual cumprimento de pena em regime fechado pode se dar depois do esgotamento desses recursos —algo que ministros da corte preveem ocorrer ainda em 2025.

O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT), defendeu a manutenção da atual chapa presidencial formada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) para as eleições de 2026. Segundo o parlamentar, o desempenho positivo do governo e a sintonia entre os dois justificam a recondução da dupla.

“Minha opinião é manter a chapa vitoriosa, com Alckmin na vice. Temos que montar o time para enfrentar o adversário que vier”, afirmou Wagner em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O petista ponderou, no entanto, que o cenário pode mudar caso Alckmin decida concorrer a um cargo em São Paulo. Nesse caso, uma alternativa viável seria a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), com quem o governo tem mantido boa relação.

Ao defender a continuidade da aliança, Wagner destacou que a estabilidade política é fundamental para garantir a governabilidade e dar sequência aos projetos de reconstrução do país iniciados por Lula em seu terceiro mandato.

O governo Lula (PT) começou a procurar parlamentares para recompor sua base no Congresso Nacional, após a demissão de aliados políticos de deputados que votaram contra a MP (medida provisória) do aumento de impostos.

A estratégia é que isso seja usado para atender aos aliados que apoiarem o Executivo em votações prioritárias até o fim do ano.

O rearranjo também busca privilegiar políticos que sinalizarem que deverão caminhar com Lula em 2026. O presidente afirmou de forma categórica nesta quarta-feira (22) que disputará a reeleição, para buscar um quarto mandato.

Desde o último dia 10, o governo passou a demitir indicados políticos de deputados que votaram contra a MP, numa resposta aos integrantes da base governista que não têm seguido as orientações do Palácio do Planalto.

A equipe da ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) está mapeando os cargos vagos e procurando lideranças da Câmara dos Deputados para indicar os substitutos. Dois aliados da ministra dizem que integrantes do Planalto também foram procurados por parlamentares, numa tentativa de reaproximação com o Executivo após a demissão de seus apadrinhados.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), vem sendo escutado nesse processo e participará dessa recomposição, assim como líderes de partidos da Câmara. Uma reunião entre Motta e Gleisi ocorreu nesta quarta-feira (22) para tratar do assunto. Também estiveram presentes o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), e o ministro André Fufuca (Esporte).

Um encontro da ministra com Motta e o líder do União Brasil, Pedro Lucas (MA), está previsto para ocorrer nesta quinta (23) para discutir o mesmo tema. Segundo interlocutores de Motta, o presidente da Câmara tem atuado como articulador junto às bancadas do PP e do União Brasil desde que os presidentes das duas siglas romperam com o governo federal.

Aliados de Lula dizem que Motta será figura importante nesse processo de recomposição dos cargos, mas negam que haverá uma terceirização da construção dessa base aliada, indicando que o núcleo da articulação política dará a palavra final para quem será contemplado com esses postos.

O objetivo é evitar o que ocorreu com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que distribuiu cargos até para o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro para manter uma rede própria de apoiadores —não necessariamente fiéis a Lula.

Além disso, a ideia é que o governo tenha mapeado cada uma das indicações para cobrar fidelidade dos aliados nas principais votações até o final deste ano. Esse movimento é considerado como uma nova oportunidade para o Executivo atrair deputados que até então não estavam contemplados com indicações, de acordo com aliados do petista.

Mais cedo, nesta quinta, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que essa reaproximação com os partidos é uma diretriz que foi dada pelo próprio presidente da República. "Repactuar a construção dos partidos que estão dispostos a caminhar com o governo para aprovação daquelas matérias que são estratégicas para o país e para o governo."

Governistas também dizem que essa reacomodação dos cargos poderá ajudar a distensionar o clima de insatisfação dos deputados com o governo, sobretudo pelo que classificam como uma baixa execução orçamentária das verbas com apadrinhamento político. Parlamentares se queixam do ritmo de pagamento das emendas parlamentares ao Orçamento, principalmente às vésperas do ano eleitoral.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou à Folha que a gestão petista demorou para retaliar os deputados infiéis e que as exonerações de cargos ligados a deputados que votaram contra a MP são uma "assepsia" que veio tarde.

Um integrante da cúpula da Casa diz que essa reacomodação de cargos não será fácil. Ele afirma que o Planalto precisa dos votos do centrão para aprovar matérias de interesse e cobra que o Executivo dê sinalizações de mudança de postura nesse novo momento para atrair os deputados.

Por outro lado, esse congressista reconhece que há uma disposição ao diálogo, até mesmo dos deputados que perderam suas indicações políticas ou que vinham se afastando do Executivo. Isso porque a melhoria na avaliação da gestão petista fez com que políticos do centrão admitissem desacelerar o movimento de desembarque do governo, para aguardar um período mais próximo da eleição.

Um cardeal do centrão avalia que o governo terá mais facilidade de recompor sua base hoje por meio do pagamento das emendas parlamentares do que com cargos estaduais.

Um aliado de Lula no Congresso afirma que o governo deverá fazer uma força-tarefa para agilizar a liberação das emendas até o final desta semana, tendo em vista a necessidade do Executivo aprovar as propostas alternativas à MP do aumento de impostos ainda em outubro.

Deputados que estão a par das conversas dizem que essa recomposição da base ocorrerá a conta-gotas até o final do ano, concomitantemente às votações de interesse do Executivo, especialmente pautas do chamado pacote eleitoral, como a que cria o Gás do Povo.

Um líder do centrão diz que há uma desconfiança do grupo com os interesses do governo com esse movimento. Ele afirma que não há clareza se de fato o Executivo quer recompor sua base ou se está usando esse momento para aumentar o tensionamento com o centrão, mirando já o processo eleitoral —e cita como exemplo o discurso "nós contra eles", que gerou desgastes aos parlamentares junto à opinião pública.

Ele diz que é preciso separar a busca pela governabilidade no Congresso e as eleições de 2026, e que o governo errará se tratar tudo num mesmo pacote. Isso porque partidos do centrão que estão formalmente na Esplanada petista já sinalizaram que devem ter candidaturas próprias no próximo ano.

Radar Do Poder 2

Coronel ou Carletto
N&atilde;o &eacute; apenas a exclus&atilde;o de Angelo Coronel (PSD) da chapa de Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT) que &eacute; dada como fato consumado no grupo governista. A sa&iacute;da de Geraldo Jr. (MDB) da vice tamb&eacute;m j&aacute; est&aacute; precificada. A vaga ser&aacute; ofertada, como compensa&ccedil;&atilde;o para que ele n&atilde;o deixe a base, primeiro ao grupo de Coronel e, em caso de n&atilde;o haver entendimento, ao Avante do ex-deputado Ronaldo Carletto, para ele mesmo ou para quem queira indicar.
<img src="https://gestor.politicalivre.com.br/assets/ea1c7f48-5b73-48e8-90bf-d9dc9ca04d87.jpg?width=400&amp;height=400" alt="">
Sem pau da barraca
O post em que o senador Jaques Wagner (PT) tratou, h&aacute; 10 dias, como seu grupo pol&iacute;tico ele pr&oacute;prio, o governador e o ministro chefe da Casa Civil &eacute; considerado o marco da decis&atilde;o dos petistas de deixarem de fora Angelo Coronel da chapa de Jer&ocirc;nimo, incorporando, pelas m&atilde;os do primeiro governador eleito pelo PT baiano, Rui Costa em seu lugar. Antes, o PT se dividia entre a indica&ccedil;&atilde;o de Wagner ou o ministro para a chapa, com Coronel presente.
Heran&ccedil;a petista
Aliados do governo j&aacute; se articulam para disputar os votos que ser&atilde;o deixados pelo deputado federal Josias Gomes (PT) com a ida do parlamentar para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas a principal benefici&aacute;ria tende a ser a ex-secret&aacute;ria Ad&eacute;lia Pinheiro. Pr&eacute;-candidata &agrave; C&acirc;mara, ela tem base no sul da Bahia, onde Josias &eacute; forte, e contou com o apoio direto do correligion&aacute;ria na disputa pela Prefeitura de Ilh&eacute;us, em 2024.&nbsp;
Entre irm&atilde;os
No caso do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD), a aposta da fam&iacute;lia &eacute; que o esp&oacute;lio eleitoral fique em casa. O irm&atilde;o Daniel Alencar ser&aacute; candidato a uma cadeira na C&acirc;mara e vai herdar a maior parte dos votos. O suplente Charles Fernandes (PSD) assume o mandato j&aacute; com as emendas definidas por Ottinho, sem margem para mudan&ccedil;as, o que, na pr&aacute;tica, mant&eacute;m Daniel como principal interlocutor pol&iacute;tico desse pacote de recursos em 2026.&nbsp;
<img src="https://gestor.politicalivre.com.br/assets/ecb6cbcf-202f-4ff7-838e-3a0017fec306.jpg?width=400&amp;height=400" alt=""> Ritmo natalino
ACM Neto intensificou a agenda pelo interior da Bahia neste m&ecirc;s de dezembro, em clara movimenta&ccedil;&atilde;o de pr&eacute;-campanha ao governo do Estado. A maratona come&ccedil;a nesta quinta (18) em Feira de Santana, com a inaugura&ccedil;&atilde;o da sede do Uni&atilde;o Brasil no munic&iacute;pio. No domingo (21), segue para Rio Real, depois passa por Porto Seguro na segunda (22), participa de a&ccedil;&atilde;o em Paulo Afonso no dia 25 e encerra o roteiro natalino no interior prometendo manter o mesmo ritmo de viagens no in&iacute;cio de 2026.
Apoio de Isaac
J&aacute; a aguardada viagem de Neto para Juazeiro, que ocorreria em dezembro, ficou para janeiro de 2026. Como j&aacute; revelou o Pol&iacute;tica Livre, ACM Neto vai receber na capital do Norte baiano o apoio do ex-prefeito Isaac Carvalho (PSD), um dos principais aliados do governo Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT) na regi&atilde;o.&nbsp;
Guerreiros de Neto
Funcionou o pux&atilde;o de orelha que o ex-prefeito ACM Neto deu nos deputados da oposi&ccedil;&atilde;o na Assembleia, cobrando postura mais combativa contra o governo Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT). A sess&atilde;o iniciada na tarde de ter&ccedil;a (16) s&oacute; terminou &agrave;s 5h da manh&atilde; desta quarta (17), com forte obstru&ccedil;&atilde;o &agrave; urg&ecirc;ncia de mais um pedido de empr&eacute;stimo. No fim, j&aacute; com o dia claro, os parlamentares da minoria posaram para foto e o apelido surgiu de imediato na coluna: &ldquo;os guerreiros de Neto&rdquo;.
<img src="https://gestor.politicalivre.com.br/assets/52577d5b-2d5a-4932-94c0-a21256e4f180.jpeg?width=400&amp;height=400" alt=""> O comprador
A aquisi&ccedil;&atilde;o da agroind&uacute;stria do Grupo Chaves, em Barreiras, deve diversificar as atividades econ&ocirc;micas de um pol&iacute;tico baiano. Ele ultimamente tem concentrado seus investimentos na aquisi&ccedil;&atilde;o de produtivas fazendas em distintas regi&otilde;es do interior. Agora com o apoio de poderosos s&oacute;cios, a cada dia se consolida como produtor e forte lideran&ccedil;a do agroneg&oacute;cio baiano. O burburinho &eacute; que a compra da primeira esmagadora de soja baiana custou R$ 42 milh&otilde;es. N&atilde;o &eacute; pra todo mundo n&atilde;o!
Card&aacute;pio da obstru&ccedil;&atilde;o
H&aacute; tempos a presid&ecirc;ncia da Assembleia n&atilde;o precisava providenciar comida para deputados durante a madrugada. A obstru&ccedil;&atilde;o havia virado exce&ccedil;&atilde;o na Casa. Nos tempos em que o PT fazia oposi&ccedil;&atilde;o, chegava a ter rodadas de pizza na sala do cafezinho, o que, depois de quase duas d&eacute;cadas, voltou a acontecer entre a noite de ontem e a madrugada de hoje. O card&aacute;pio foi completado com salgadinhos e p&atilde;o com ovo pela manh&atilde;.&nbsp;
Invas&atilde;o das bases
O deputado estadual Euclides Fernandes (PT) n&atilde;o esconde a irrita&ccedil;&atilde;o com o secret&aacute;rio de Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais, Adolpho Loyola (PT). Nos bastidores, o parlamentar acusa o auxiliar do governador de fechar os olhos sobre a atua&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica do ex-prefeito de Amargosa, J&uacute;lio Pinheiro (PT), que &eacute; pr&eacute;-candidato a uma cadeira na Assembleia, em redutos que s&atilde;o seus.&nbsp;
Pitacos
* A deputada estadual Cl&aacute;udia Oliveira (PSD) foi a principal articuladora do movimento para tentar viabilizar a candidatura do colega Luciano Ara&uacute;jo ao TCE. Ela coletou assinaturas em apoio ao naufragado movimento.
* No governo, a atua&ccedil;&atilde;o intensa de Cl&aacute;udia causou estranheza. Auxiliares de Jer&ocirc;nimo avaliam que o gesto funcionou como um recado pol&iacute;tico claro de insatisfa&ccedil;&atilde;o da parlamentar com o espa&ccedil;o e o tratamento que vem recebendo na base.
<img src="https://gestor.politicalivre.com.br/assets/bb011228-2a31-4108-9c2a-7d4bbbd539cf.jpg?width=400&amp;height=400" alt="">
* No almo&ccedil;o que o MDB baiano ofereceu aos prefeitos da sigla, na segunda (15), ganhou coro a avalia&ccedil;&atilde;o j&aacute; feita por Geddel Vieira Lima de que a elei&ccedil;&atilde;o de 2026 n&atilde;o ser&aacute; f&aacute;cil para Jer&ocirc;nimo.&nbsp;
* Prefeitos emedebistas demonstraram preocupa&ccedil;&atilde;o com o ritmo lento das entregas do governo e alertaram que o cen&aacute;rio eleitoral exigir&aacute; menos viagens do governador e mais resultados concretos no interior do Estado.
* Na sexta da semana passada Geddel e L&uacute;cio Vieira Lima almo&ccedil;aram em Buraquinho com o deputado federal Isnaldo Bulh&otilde;es (AL), relator do Or&ccedil;amento da Uni&atilde;o. Na pauta, investimentos federais e a amplia&ccedil;&atilde;o de recursos para a Bahia.
* Foi de Hermes Hilari&atilde;o, vice-presidente da OAB-BA, a caneta que reconheceu como injustos os ataques dirigidos por uma parte aos colegas Eugenio Kruchewsky e Ana Patr&iacute;cia Dantas, que disputou pela oposi&ccedil;&atilde;o o comando do &oacute;rg&atilde;o nas &uacute;ltimas elei&ccedil;&otilde;es.
* Ao recusar os mais variados convites para o Reveillon com o presidente Lula, a primeira-dama Janja acabou fazendo uma descortesia &agrave; fam&iacute;lia Carletto. Disse que a ida para a mans&atilde;o paradis&iacute;aca dos pol&iacute;ticos no Sul da Bahia foi um verdadeiro tormento.
* Empoderado com a recondu&ccedil;&atilde;o, por 41 votos, para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o desembargador Maur&iacute;cio Kertzman deve ser eleito presidente da Corte no ano que vem, assegurando a nomea&ccedil;&atilde;o de Carina Cangu&ccedil;u &agrave; vaga de desembargadora eleitoral, cuja escolha vem sendo travada por Rui Costa por puro machismo.
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* O afastamento esta semana, por ordem do CNJ, de um juiz estadual tem insuflado os rumores de que est&aacute; muito pr&oacute;xima uma segunda fase da Opera&ccedil;&atilde;o Faroeste, que promoveu uma verdadeira limpeza &eacute;tica no TJ baiano com o afastamento de v&aacute;rios magistrados.

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