Presidente da Assembleia Legislativa por duas vezes e deputado estadual desde 2007, Adolfo Menezes, do PSD, é conhecido por sua franqueza e pelo estilo direto, sem “papas na língua”. Nesta entrevista exclusiva ao Política Livre, ele demonstra isso mais uma vez ao falar sobre temas como a Operação Overclean e o uso da máquina pública municipais por ex-prefeitos que miram as eleições de 2026.

Na conversa, Adolfo falou ainda sobre temas como a disputa pelas vagas ao Senado dentro da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o possível rompimento do senador Angelo Coronel (PSD) com o grupo e a relação entre pessedistas e petistas. Para ele, não haverá racha entre os dois maiores partidos que dão sustentação ao governo baiano, mesmo se Coronel migrar para a oposição.

Com mais de 30 anos de vida pública, Adolfo avalia o cenário político da Bahia com o olhar de quem já viu muitos ciclos começarem e terminarem. Ele afirma que “a política é dinâmica” e cita Maquiavel para defender que “os homens devem mudar com os tempos”. Questionado sobre os rumores de que pode deixar a Assembleia para assumir um cargo em tribunal de contas, o deputado desconversa, mas admite que o futuro dependerá das circunstâncias.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Ao mesmo tempo em que reforçou a candidatura à reeleição, o senador Jaques Wagner (PT) descartou, na semana passada, que haverá racha com o PSD por conta da chapa das eleições do ano que vem. Wagner garantiu que a disputa por espaço entre ele, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o senador Angelo Coronel (PSD) será equacionada. O senhor acredita numa solução sem arranhões?

Acredito. Acho que muita coisa ainda pode acontecer, mas acredito. Na minha opinião, isso será resolvido lá para março do ano que vem, como costuma ocorrer em ano eleitoral. É um bom problema. Temos aí cinco nomes para quatro vagas. Acredito que a única que está garantida é a do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o líder atual do nosso grupo. Tem ainda a vaga do vice, que o MDB pleiteia, o que é legítimo. E tem a briga maior pelas duas cadeiras no Senado, que é mais intensa pela importância. Aí temos três nomes para duas cadeiras, como você citou aí. Todos os três têm legitimidade e capacidade para pleitear, evidentemente. Rui foi um excelente governador. Disse que até o final ano decide se vai concorrer ao Senado, o que depende de conversas também com o presidente Lula (PT), afinal o ministro é braço direito do governo federal. Wagner e Coronel são excelentes senadores, e querem a reeleição. Mas alguém vai sobrar. E ser compensado de alguma forma.
<h2>“A direita no Brasil está muito dividida. Tem um monte de candidato a presidente. E eles não se entendem.”</h2>
Coronel sinaliza que se ficar de fora pode migrar para a oposição. Ele tem boas relações com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), e tem dialogado com forças oposicionistas. O senhor acredita nessa possibilidade?

Ele (Coronel) tem dito isso, sim. Tem manifestado isso. Mas uma coisa é Coronel, que é meu amigo, ir para a oposição, e outra é o partido, o PSD, liderado na Bahia pelo senador Otto Alencar (PSD). Então, quem vai dar a palavra final sobre o posicionamento do partido em 2026 será Otto, e certamente fará isso ouvindo todos os deputados estaduais, federais, os prefeitos, nossas lideranças.

O senhor iria para a oposição se o PSD tomar esse rumo por conta de Coronel?

Veja, como eu disse, quem fala pelo partido é o senador Otto Alencar. Posso falar por mim. Você perguntou sobre mim. Eu não me vejo na oposição. Estou muito bem na base do governador Jerônimo. Tenho muitos amigos na oposição. Bruno também é meu amigo. O irmão dele, Michel Reis, é um dos meus melhores amigos. Mas isso não tem nada a ver com política, com eleição. Estamos bem colocados em campos opostos, e nos respeitamos desse jeito.

Sabemos que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defende a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência. Ou seja, o PSD não vai apoiar a reeleição de Lula. Isso pode afetar a aliança da legenda com o PT na Bahia em um cenário em que Coronel fique de fora da chapa?

Eu acho que não. Kassab criou o PSD, mas o partido nasceu aqui na Bahia, com Otto. E Kassab sempre respeitou a autonomia do partido aqui na Bahia. Nunca interferiu nisso. E não acho que vá fazer isso agora, entende? Além disso, a direita no Brasil está muito dividida. Tem um monte de candidato a presidente. E eles não se entendem. E mais: ficam fazendo besteira. Veja aí o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está na nos EUA trabalhando contra o próprio Brasil. Um verdadeiro tiro no pé. O que eu vejo no cenário nacional é o presidente Lula se recuperando, crescendo, enquanto a direita erra, erra e erra.

O Avante também pleiteia um espaço na majoritária de Jerônimo. Acha que tem chances?

Aí então não seriam mais cinco disputando quatro vagas. Vão querer a vice? O Senado? É complicado porque a disputa já é grande. Mas veja que a chapa também tem as suplências. Quem não quer ser primeiro suplente de Rui ou de Wagner? Se Lula estiver forte em 2026, chegar bem na eleição, e se for eleito, pode chamar um dos dois ex-governadores para o ministério. Wagner hoje é líder de Lula no Senado, e Rui já é ministro. Nesse caso, assumiria o suplente. Também é um bom negócio.

O senhor, que está na política há tanto tempo, acredita na possibilidade da adesão do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União), à base de Jerônimo, dentro dessa estratégia do governador e do secretário Adolpho Loyola (Relações Institucionais) de atrair gestores municipais da oposição?

Na política tudo pode acontecer. Eu acho que Zé Ronaldo foi maltratado em 2022 quando não foi chamado para participar da chapa do ex-prefeito ACM Neto (União). E Zé Ronaldo é um homem de valor, que sempre caminhou do lado de lá. É um grande gestor. Não sei se, mesmo que ele não venha para o lado de cá, e ele ainda não declarou nada sobre 2026, se entrará de corpo e alma na campanha da oposição.
<h2>“Não sei se, mesmo que ele (José Ronaldo) não venha para o lado de cá, e ele ainda não declarou nada sobre 2026, se entrará de corpo e alma na campanha de Neto.”</h2>
Alguns deputados colegas seus reclamam que o governador tem tratado melhor novos aliados, a exemplo de prefeitos que estavam na oposição, do que os antigos. Isso tem acontecido?

Comigo não. Mas sei que alguns se queixam disso. Não tenho nada contra o governador trazer novos aliados, mas não pode esquecer dos antigos. Porque os antigos estão no projeto desde o princípio e devem ter um tratamento melhor do que quem está chegando agora, concorda? Quem está chegando agora não pode exigir o mesmo tratamento, até porque não votou em Jerônimo em 2022. Que vote primeiro, em 2026.

O senhor acredita que vai haver uma renovação grande na Assembleia Legislativa nas próximas eleições? Muitos ex-prefeitos estão chegando fortes na disputa...

Acho que vai, sim, ter uma renovação. Tem muito ex-prefeito gastando R$15 milhões para se eleger deputado desde já. E o pior é que não é dinheiro deles não, é público, das prefeituras. Eles colocaram lá um sucessor que só obedece e, na prática, mandam e desmandam nas prefeituras. Usam descaradamente a máquina. Colocaram um fantoche. Alguns sequer mudaram o secretariado quando assumiram e trabalham exclusivamente para eleger o antecessor deputado. Não vou citar nomes, mas todo mundo na Bahia sabe que isso está acontecendo. E o povo precisa ficar atento.

Há especulações de que o senhor não vai disputar a reeleição, ganhará uma das vagas abertas em um dos tribunais de contas e apoiará a esposa para uma cadeira na Assembleia. É verdade?

Eu já disse que a política é dinâmica. Nada está descartado. Aliás, uma coisa está descartada: não serei candidato a deputado federal. Vou ficar na Bahia. Sobre vaga em tribunal, isso é uma decisão do governador, que também passa pelo meu partido, pela Assembleia, pelos deputados que irão votar pela aprovação ou não. Nunca fui convidado para nenhuma dessas vagas que estão abertas. Só posso falar sobre isso se houver um convite, entendeu? Minha esposa Denise foi candidata a prefeita de Campo Formoso em 2024. Ou seja, ela tem esse desejo também de servir o nosso município e a Bahia de uma forma geral. Mas se isso será agora ou não, temos que aguardar as conjunturas. Como dizia Maquiavel, “os tempos mudam, e os homens devem mudar com eles”. A política segue esse mesmo princípio. É feita de momentos, circunstâncias e decisões que precisam ser tomadas com serenidade e responsabilidade no momento certo.
<h2>“Tem deputado (federal) aí que gasta, nos quatro anos, R$300 milhões em emendas. Isso é um desvio total da função parlamentar. Aí tem compra de voto, de apoio político e corrupção.”</h2>
A Operação Overclen, da Polícia Federal, que investiga a prática de corrupção na destinação de emendas parlamentares no interior da Bahia, está no encalço de um adversário do senhor, o deputado federal Elmar Nascimento (União), também de Campo Formoso. Como o senhor avalia esse cenário e o impacto dessas investigações na política baiana?

Eu não quero nominar ninguém. Não fico feliz com isso. É muito triste o que está acontecendo com o Brasil. A maioria dos deputados federais não está nem aí para o país e só defendem os próprios interesses. É muita maracutaia com essas emendas, e as coisas estão aparecendo, mas é preciso que haja punição, cadeia. Somente em 2025 os deputados terão, no total, mais de R$50 bilhões para gastar com emendas. Tem deputado aí que gasta, nos quatro anos, R$300 milhões em emendas. Isso é um desvio total da função parlamentar. Aí tem compra de voto, de apoio político e corrupção, como a Polícia Federal, o Judiciário e o Ministério Público estão revelando. E o mais triste é que não há expectativa de renovação da Câmara. Afinal, quem não está lá dentro não tem como competir com isso, não é mesmo? Mesmo deputado envolvido com corrupção e que vota contra a taxação das bets, das fintechs, como aconteceu outro dia só para prejudicar o governo, é reeleito. A politica em Brasília virou um grande balcão de negócios. Ninguém está nem aí para o povo.

O senhor se refere à Medida Provisória (MP) do IOF. O Planalto exonerou aliados de deputados que votaram contra a proposta, inclusive na Bahia, tirando arrecadação do governo em 2026. Acha que isso demorou de acontecer, sobretudo com os parlamentares do União Brasil ligados a ACM Neto?

Não acho que demorou. Acho que o governo sempre tem a esperança de poder negociar no Congresso a aprovação de matérias de interesse do governo. A gente sabe que o presidente Lula não foi eleito com uma boa base na Câmara. Então, precisou negociar. Esperava que esses deputados que têm cargos retribuíssem, ajudassem o governo. Agora, já perto da eleição, viu que isso não ocorreu com todos e começou a tirar essas pessoas.

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A Caixa Econ&ocirc;mica Federal paga nesta sexta-feira (24) a parcela de outubro do Bolsa Fam&iacute;lia aos benefici&aacute;rios com N&uacute;mero de Inscri&ccedil;&atilde;o Social (NIS) de final 5.<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1664226&amp;o=node"><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1664226&amp;o=node">
O valor m&iacute;nimo corresponde a R$ 600, mas, com o novo adicional, o valor m&eacute;dio do benef&iacute;cio sobe para R$ 683,42. Segundo o Minist&eacute;rio do Desenvolvimento e Assist&ecirc;ncia Social, neste m&ecirc;s, o programa de transfer&ecirc;ncia de renda do Governo Federal alcan&ccedil;ar&aacute; 18,91 milh&otilde;es de fam&iacute;lias, com gasto de R$ 12,88 bilh&otilde;es.
Al&eacute;m do benef&iacute;cio m&iacute;nimo, h&aacute; o pagamento de tr&ecirc;s adicionais. O Benef&iacute;cio Vari&aacute;vel Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a m&atilde;es de beb&ecirc;s de at&eacute; 6 meses de idade, para garantir a alimenta&ccedil;&atilde;o da crian&ccedil;a. O Bolsa Fam&iacute;lia tamb&eacute;m paga um acr&eacute;scimo de R$ 50 a gestantes e nutrizes (m&atilde;es que amamentam), um de R$ 50 a cada filho de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a cada crian&ccedil;a de at&eacute; 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Fam&iacute;lia, o pagamento ocorre nos &uacute;ltimos dez dias &uacute;teis de cada m&ecirc;s. O benefici&aacute;rio poder&aacute; consultar informa&ccedil;&otilde;es sobre as datas de pagamento, o valor do benef&iacute;cio e a composi&ccedil;&atilde;o das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupan&ccedil;a digitais do banco.
Os benefici&aacute;rios de 39 cidades receberam o pagamento na segunda-feira (20), independentemente do NIS. A medida beneficiou os moradores de 22 do Acre afetados pela seca e moradores de algumas cidades em quatro estados: Amazonas (3), Paran&aacute; (2), Piau&iacute; (2), Roraima (6) e Sergipe (4)

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O presidente Lula afirmou na Indon&eacute;sia que sua conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste domingo (26) ter&aacute; como foco as tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos e as medidas impostas pelo governo americano contra autoridades brasileiras. O presidente brasileiro est&aacute; em visita de Estado &agrave; capital do pa&iacute;s, Jacarta, para retribuir a viagem do l&iacute;der Prabowo Subianto, que foi ao Brasil em julho. Esta &eacute; a primeira parada de duas que far&aacute; na &Aacute;sia, sendo a segunda em Kuala Lumpur, na Mal&aacute;sia, com as agendas mais importantes.
O petista viaja nesta quinta-feira (24) &agrave; noite, em hor&aacute;rio local, para a capital malaia. A viagem parte de um convite para participar da c&uacute;pula da Asean (Associa&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es do Sudeste Asi&aacute;tico, em portugu&ecirc;s), da qual o Brasil &eacute; parceiro. Lula ser&aacute; o primeiro l&iacute;der brasileiro a participar da c&uacute;pula, que ocorre entre 26 e 28 de outubro. No local, Lula e Trump ter&atilde;o uma reuni&atilde;o &agrave;s margens da agenda oficial do evento, onde discutir&atilde;o as tarifas que afetam as duas economias, em especial a exporta&ccedil;&atilde;o de itens como carne, caf&eacute; e a&ccedil;o para os EUA. O presidente brasileiro afirmou que quer tratar de outros temas, que n&atilde;o h&aacute; assunto proibido na conversa. "Podemos discutir de Gaza, &agrave; Ucr&acirc;nia, &agrave; R&uacute;ssia, &agrave; Venezuela, a materiais cr&iacute;ticos, a minerais, a terras raras. Podemos discutir qualquer assunto", declarou. &Eacute; esperado que ele fale sobre a aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). &Eacute; poss&iacute;vel que o presidente brasileiro tamb&eacute;m fale com o americano sobre uma poss&iacute;vel incurs&atilde;o militar dos EUA na Venezuela, o que o governo afirma que pode causar desestabiliza&ccedil;&atilde;o na Am&eacute;rica do Sul, al&eacute;m de ter efeito contr&aacute;rio, com fortalecimento do crime organizado.
Em conversa com jornalistas, o presidente afirmou que o Brasil sempre esteve &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o de Trump para conversas. "Essa reuni&atilde;o est&aacute; sendo esperada j&aacute; h&aacute; algum tempo. Todo mundo sabe que eu dizia que a hora que o presidente Trump quiser conversar, o Brasil est&aacute; &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o para sentar para negociar", disse. A conversa entre os dois est&aacute; sendo organizada pelos governos dos dois pa&iacute;ses desde o curto encontro que tiveram em Nova York para a participa&ccedil;&atilde;o na Assembleia Geral. "Eu acho que n&oacute;s estamos caminhando para mostrar que n&atilde;o h&aacute; diverg&ecirc;ncia que n&atilde;o possa ser dirimida quando duas pessoas com boa vontade se sentam em torno de uma mesa", declarou. O petista afirmou ainda que, al&eacute;m do interesse para discutir as tarifas, quer mostrar que houve equ&iacute;voco na aplica&ccedil;&atilde;o das tarifas contra o Brasil. Na viagem &agrave; Indon&eacute;sia, Lula salientou a import&acirc;ncia da parceria do Brasil com os pa&iacute;ses do sudeste asi&aacute;tico. Ao lado da comitiva com ministros de Estado, mais de 100 empres&aacute;rios participaram da viagem. Um dos objetivos do giro pela &Aacute;sia &eacute; explorar alternativas diante da guerra comercial. Em Jacarta, Lula afirmou que mais de oito acordos foram firmados em &aacute;reas como ci&ecirc;ncia, tecnologia, agricultura e promo&ccedil;&atilde;o comercial, entre outros.
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A ministra das Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais, Gleisi Hoffman (PT-PR), avisou ao presidente da C&acirc;mara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que n&atilde;o vai pagar cerca de R$ 1 bilh&atilde;o de emendas de comiss&atilde;o aprovadas por parlamentares. O desembolso estava previsto para esta quinta (23).
A decis&atilde;o deve frustrar os deputados e aumentar o descontentamento com o governo, que j&aacute; enfrenta dificuldades para aprovar suas propostas. O pagamento ser&aacute; suspenso por recomenda&ccedil;&atilde;o da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A informa&ccedil;&atilde;o foi dada &agrave; ministra pelo Secret&aacute;rio do Tesouro Nacional, Rog&eacute;rio Ceron.
 O &oacute;rg&atilde;o indicou que &eacute; um risco para Gleisi liberar os recursos diante do posicionamento de ministros do Tribunal de Contas da Uni&atilde;o (TCU) sobre o cumprimento da meta fiscal pelo governo. A meta estabelecida pelo arcabou&ccedil;o fiscal &eacute; a de d&eacute;ficit zero. Ela prev&ecirc;, no entanto, uma flutua&ccedil;&atilde;o, que permite que o d&eacute;ficit seja de R$ 31 bilh&otilde;es, ou 0,25% do PIB. O d&eacute;ficit hoje &eacute; de R$ 26,2 bilh&otilde;es _inferior, portanto, ao piso. No entendimento do governo, a manuten&ccedil;&atilde;o desse saldo negativo, embora indesejada, est&aacute; dentro da lei. O TCU j&aacute; afirmou, no entanto, que o correto seria o governo perseguir o centro da meta, ou seja, o d&eacute;ficit zero. O ministro do TCU Benjamin Zymler autorizou o governo a perseguir o piso da meta neste ano, desobrigando-o de fazer cortes para alcan&ccedil;ar o d&eacute;ficit zero. Outros ministros, no entanto, j&aacute; sinalizaram que podem divergir. Na sess&atilde;o desta quarta-feira (22), o ministro Jhonatan de Jesus pediu vista do processo por 30 dias, o que adia a an&aacute;lise definitiva pelo colegiado. A indefini&ccedil;&atilde;o gerou inseguran&ccedil;a nos t&eacute;cnicos do governo: caso o entendimento prevale&ccedil;a, ser&atilde;o necess&aacute;rios cortes de R$ 26,2 bilh&otilde;es para que a meta de d&eacute;ficit zero seja alcan&ccedil;ada. Diante disso, a PGFN optou por recomendar a Gleisi um freio na libera&ccedil;&atilde;o dos recursos previstos nas emendas dos parlamentares.
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O ano de 2025 se encaminha para o fim e o governo n&atilde;o pagou ainda nem 5% das emendas parlamentares de comiss&atilde;o, aquelas de livre execu&ccedil;&atilde;o e que, por isso, s&atilde;o usadas para angariar apoio pol&iacute;tico de deputados e senadores. O Congresso cobra o destravamento do dinheiro sob amea&ccedil;a de embarreirar vota&ccedil;&otilde;es de interesse de Lula. A demora na execu&ccedil;&atilde;o tem rela&ccedil;&atilde;o com a queda de bra&ccedil;o entre STF e Legislativo sobre a transpar&ecirc;ncia e rastreabilidade desse tipo de recurso. Houve mudan&ccedil;a nas regras de libera&ccedil;&atilde;o, com exig&ecirc;ncia de atas das reuni&otilde;es de comiss&otilde;es para a aprova&ccedil;&atilde;o de emendas e indica&ccedil;&atilde;o da destina&ccedil;&atilde;o dos recursos para o Executivo. Com isso, at&eacute; agora foram empenhados (reservados no or&ccedil;amento) R$ 5,59 bilh&otilde;es dos R$ 11,5 bilh&otilde;es da dota&ccedil;&atilde;o atual, mas s&oacute; R$ 391 milh&otilde;es foram pagos (ou 3,4% do total). Segundo dados dispon&iacute;veis, foram empenhados R$ 2,2 bilh&otilde;es em setembro e R$ 3,386 bilh&otilde;es em outubro. Dos recursos efetivamente pagos, foram destinados R$ 382,2 milh&otilde;es a financiamento de m&eacute;dia e alta complexidade ambulatorial e hospitalar. A lentid&atilde;o na libera&ccedil;&atilde;o dos recursos fez com que parlamentares pressionassem o governo e dessem uma semana para que a verba fosse destravada. As comiss&otilde;es t&ecirc;m aprovado listas com as emendas que devem ser empenhadas pelo governo, incluindo o nome do autor de cada uma. Integrantes do governo afirmam que os pagamentos est&atilde;o sendo feitos &agrave; medida que est&atilde;o dispon&iacute;veis e destacam que as emendas s&oacute; foram para os minist&eacute;rios no in&iacute;cio de setembro. Os recursos t&ecirc;m as mesmas exig&ecirc;ncias de um conv&ecirc;nio, com necessidade de plano de trabalho que deve ser aprovado individualmente por cada minist&eacute;rio concedente, argumentam. Procurada, a SRI (Secretaria de Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais) afirma que as "emendas parlamentares s&atilde;o empenhadas e executadas em conformidade com a lei e as decis&otilde;es do STF".

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A mudan&ccedil;a do ministro Luiz Fux para a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pode dar mais for&ccedil;a ao ministro Kassio Nunes Marques em um colegiado dominado nos &uacute;ltimos anos pelo decano do tribunal, o ministro Gilmar Mendes.
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo, Nunes Marques n&atilde;o se alinhou a nenhuma das correntes da corte. Sua atua&ccedil;&atilde;o &eacute; comparada a um p&ecirc;ndulo: ora vota com Andr&eacute; Mendon&ccedil;a, ora forma maioria com Gilmar e Dias Toffoli. A posi&ccedil;&atilde;o de Nunes Marques na Segunda Turma deve garantir a ele o voto decisivo em julgamentos no Supremo e coloc&aacute;-lo como pe&ccedil;a-chave para a nova rela&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;as do tribunal. &nbsp; A Segunda Turma do Supremo &eacute; composta pelos ministros Gilmar Mendes (presidente), Dias Toffoli, Luiz Fux, Andr&eacute; Mendon&ccedil;a e Kassio Nunes Marques. O colegiado &eacute; conhecido por ser o mais garantista do tribunal, corrente que prioriza a prote&ccedil;&atilde;o dos direitos fundamentais e as garantias individuais em detrimento do poder persecut&oacute;rio do Estado. Um eventual alinhamento de Nunes Marques com Fux e Mendon&ccedil;a pode garantir maioria na turma e dar ao trio um poder at&eacute; ent&atilde;o considerado pouco prov&aacute;vel, diante das derrotas deles em processos julgados no plen&aacute;rio do Supremo. A Segunda Turma &eacute; a respons&aacute;vel por julgar os processos ligados &agrave;s fraudes do INSS, analisa casos sobre desvio de emendas e ser&aacute; a respons&aacute;vel por decidir sobre poss&iacute;veis revis&otilde;es criminais de Bolsonaro e dos demais condenados pela trama golpista. Foi l&aacute; tamb&eacute;m que muitas das decis&otilde;es da Lava Jato foram revistas e derrubadas com discursos contundentes contra a atua&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico ou das inst&acirc;ncias inferiores. Quatro ministros ouvidos pela Folha destacam que os integrantes do tribunal n&atilde;o costumam ter alinhamentos autom&aacute;ticos. Eles divergem sobre os impactos da ida de Fux &agrave; Segunda Turma &mdash;um acha cedo para avaliar e outros veem implica&ccedil;&otilde;es especialmente em mat&eacute;rias criminais. Na vis&atilde;o de um magistrado, no entanto, a mudan&ccedil;a deve ressaltar as diferen&ccedil;as entre os dois colegiados em diferentes temas. Nunes Marques costuma votar contra o Minist&eacute;rio P&uacute;blico em processos que envolvem pol&iacute;ticos ou possuem grande repercuss&atilde;o nacional. Foi com o voto dele que a turma considerou ilegal o uso de relat&oacute;rios de intelig&ecirc;ncia do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) na den&uacute;ncia das rachadinhas do senador Fl&aacute;vio Bolsonaro (PL-RJ). Ele foi um dos poucos a votar pela absolvi&ccedil;&atilde;o dos bolsonaristas presos em frente ao QG do Ex&eacute;rcito no dia seguinte aos ataques &agrave;s sedes dos Poderes. Foi tamb&eacute;m de Nunes Marques o voto decisivo para a Segunda Turma anular as condena&ccedil;&otilde;es do ex-ministro Antonio Palocci, bra&ccedil;o direito de Lula (PT) no primeiro mandato na Presid&ecirc;ncia, preso na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato. Luiz Fux decidiu deixar a Primeira Turma do STF ap&oacute;s se ver isolado no colegiado. Ele foi o &uacute;nico a votar pela absolvi&ccedil;&atilde;o de Bolsonaro e parte dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado do fim de 2022. Desde ent&atilde;o, o ambiente entre os ministros ficou mais denso. A turma &eacute; composta por Fl&aacute;vio Dino (presidente), C&aacute;rmen L&uacute;cia, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O movimento foi interpretado por colegas de Supremo como uma tentativa de Fux de buscar aliados num momento em que se viu acuado pelas cr&iacute;ticas que recebeu por seu voto para absolver Bolsonaro. A posi&ccedil;&atilde;o de Fux j&aacute; era esperada pelos demais integrantes da Primeira Turma. O principal motivo de indigna&ccedil;&atilde;o foi pela forma como o voto foi apresentado, durante leitura de cerca de 13 horas sem permiss&atilde;o para interrup&ccedil;&atilde;o dos colegas. Ainda que a diverg&ecirc;ncia fosse prevista, os ministros ficaram incomodados com a postura que entenderam agressiva de Fux e o conte&uacute;do que teria ido al&eacute;m do que Fux indicava nos casos de 8 de Janeiro, ao fazer questionamentos &agrave; condu&ccedil;&atilde;o do caso por Moraes e refer&ecirc;ncias cr&iacute;ticas &agrave;s manifesta&ccedil;&otilde;es dos colegas, al&eacute;m de minimizar o caso em debate com afirma&ccedil;&otilde;es em defesa da liberdade de express&atilde;o e manifesta&ccedil;&atilde;o e protestos pac&iacute;ficos. No dia seguinte ao seu voto, Moraes, C&aacute;rmen e Dino dedicaram parte da sess&atilde;o para rebater as teses de Fux e defender a condena&ccedil;&atilde;o do ex-presidente e seus aliados. Agora com assento em outro andar do Supremo, Fux vai dividir espa&ccedil;o com o ministro Gilmar Mendes, com quem acumula desaven&ccedil;as. A mais recente foi uma discuss&atilde;o, na quarta-feira (15), no intervalo da sess&atilde;o plen&aacute;ria. O motivo do entrevero foi o pedido de vista (mais tempo para an&aacute;lise) de Fux que interrompeu um julgamento de processo que Gilmar move contra o senador Sergio Moro (Uni&atilde;o Brasil-PR) por cal&uacute;nia. O resultado parcial era de 4 a 0 contra o recurso de Moro. S&oacute; faltava o voto de Fux. Na discuss&atilde;o, Gilmar sugeriu que o colega fizesse "um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato", como mostrou a colunista M&ocirc;nica Bergamo. Na Segunda Turma, Fux pode herdar a relatoria dos processos restantes da Lava Jato. O ministro Edson Fachin era o respons&aacute;vel pelos casos, mas deixou-os ao assumir a presid&ecirc;ncia do Supremo.
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O Estado de S.Paulo:&nbsp;Fisco e setor produtivo fazem press&atilde;o por lei do devedor contumaz Folha de S.Paulo:&nbsp;Caixa planeja fundo com im&oacute;veis para ajudar no socorro aos Correios Valor Econ&ocirc;mico:&nbsp;Com produtividade fraca, aumento do emprego impulsiona renda per capita O Globo:&nbsp;Novas exce&ccedil;&otilde;es elevar&atilde;o gastos fora da meta fiscal a R$ 150 bilh&otilde;es A Tarde:&nbsp;Bahia lan&ccedil;a novos roteiros para 13 rotas tur&iacute;sticas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 23, novas visitas à residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram liberados Jorge Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU); Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado; o bispo Robson Rodovalho, fundador da igreja Sara Nossa Terra; e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPI do INSS.

Gaspar, no entanto, comunicou a Moraes que não vai realizar a visita. Quando a autorização foi solicitada pela defesa de Bolsonaro, ele ainda não havia assumido a relatoria da CPI. A decisão, segundo o deputado, se dá para preservar a isenção de seu trabalho na investigação.

“Recebi autorização do min. Alexandre de Moraes para visitar o ex-presidente Bolsonaro, a quem tem minha solidariedade, respeito e consideração. Decidi declinar, em respeito à função que exerço como relator da CPMI do INSS e para evitar qualquer questionamento sobre minha atuação”, escreveu o deputado no X, antigo Twitter.

“Meu foco segue firme em concluir os trabalhos da Comissão e defender os aposentados do Brasil. Assim que essa missão for concluída, pretendo solicitar a realização da visita ao ex-presidente Bolsonaro”, completou.

Os encontros dos outros autorizados foram agendados para ocorrer entre as 9h e as 18h, na próxima semana: Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro para o CTU, irá na terça-feira, 28; Robson Rodovalho na quinta, 30; e Marinho na sexta, 31.

Anteriormente, em setembro, o bispo teve pedido de visita negado pelo ministro quando seu nome foi incluído em autorização para entrada do grupo de orações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “O ‘Grupo de Orações’, entretanto, não pode ser usado como desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas’”, pontou Moares.

Rodovalho foi deputado federal pelo Distrito Federal entre 2006 e 2010, quando foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por infidelidade partidária, ao trocar o DEM pelo PP.

Nesta quarta-feira, 22, Moraes negou pedido de autorização para o ex-presidente receber uma visita do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. O ministro lembrou que Bolsonaro está proibido de manter contato com réus ou investigados pela tentativa de golpe de Estado.

Isso porque a Primeira Turma do STF decidiu reabrir a investigação sobre a participação de Costa Neto na trama golpista. Ele havia sido investigado e indiciado, mas não denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em prisão domiciliar desde o início de agosto, o ex-presidente já protocolou mais de 75 pedidos de visitas no STF, segundo lista obtida pela Coluna do Estadão.

O ex-governador e ex-senador pelo Paraná Alvaro Dias anunciou nesta quinta-feira, 23, por meio das redes sociais, sua saída do Podemos, partido pelo qual chegou a concorrer à Presidência da República.

“Há pouco mais de oito anos, ao lado de militantes da política, sonhei com a construção de um partido alternativo que pudesse recuperar a confiança dos brasileiros nas instituições partidárias”, iniciou Alvaro Dias.

Ele acrescentou que seus “sonhos foram sepultados, engolidos pela força de um sistema nefasto que teima em sobreviver”.

“Com tristeza, despeço-me do Podemos e agradeço imensamente a todos que me acompanharam até aqui, sonhando os mesmos sonhos e alimentando a mesma fé e esperança”, completou.

Alvaro Dias foi senador pelo Paraná entre 1983 e 1987 e entre 1999 e 2023. Foi governador do Estado de 1987 a 1991. Antes, também foi deputado federal e estadual e vereador em Londrina.

STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria nesta quinta-feira (23) para permitir que prefeitos, governadores ou presidentes possam nomear parentes para cargos políticos, como os de secretário municipal, estadual ou de ministro de Estado. O entendimento dos ministros é o de que o chefe do Executivo tem competência para definir a formação do governo.

Durante a sessão, os ministros debateram alguns critérios considerados importantes para impedir abusos, como restringir a decisão ao primeiro escalão ou excluir cargos de outros Poderes. A conclusão, no entanto, deve ser dada na próxima semana.

Até o momento, há seis votos, na linha do relator, Luiz Fux. Ele foi seguido por Cristiano Zanin, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.

O ministro Flávio Dino divergiu e defendeu não aceitar exceções à vedação ao nepotismo. Faltam ainda se manifestar Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Edson Fachin.

Fux afirmou que a questão é nova, em debate no próprio direito e em outras áreas.

"Há relativo consenso entre historiadores e cientistas sociais de que entre as causas e mazelas do país se encontra traço cultural histórico entre instâncias privadas e públicas", disse.

No caso concreto, a corte analisa decisão do TJSP (Tribunal de Justiça de Estado do São Paulo) de invalidar uma lei do município de Tupã que permitia a nomeação de parentes até terceiro grau, consanguíneos ou afins para o secretariado municipal.

O relator propôs a validação da lei de Tupã. Para ele, cargos de secretaria são paralelos aos cargos de ministro de Estado. "Cargos de existência necessária politica porquanto componentes do governo", disse.

Pela proposta do ministro, a vedação definida em outros casos ao nepotismo não se aplica ao tema em debate, desde que comprovadas a capacitação técnica e a probidade do agente a ser nomeado.

"A vedação constante da súmula vinculante 13 não se aplica à nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou até em terceiro grau … da autoridade nomeante para cargos de natureza política desde que preenchidos os requisitos de aptidão técnica e idoneidade moral, vedado o nepotismo cruzado", disse.

"Também não é carta de alforria para nomear quem quer que seja se não houver aptidão técnica", continuou.

O recurso extraordinário tem repercussão geral reconhecida, o que significa que a tese fixada no julgamento vale para todos os caso semelhantes.

Durante a sessão, André Mendonça afirmou que os ministros conversaram a respeito do tema antes do início da sessão e chegaram "a uma boa dose de convergência".

"Cargos de natureza política, por natureza lógica, é para designação dos integrantes do Executivo e que, por decorrência lógica, não estariam incluídos nessa liberdade de nomeação aqueles cargos que integram outros Poderes, do Judiciário, especialmente o quinto constitucional, tribunais superiores. Seria muito cômodo por exemplo o governador ou presidente nomear um filho ou irmão como o chefe do MP correspondente e teríamos um evidente conflito de interesse", disse.

Os ministros debateram a aplicação de uma súmula anterior da corte, de número 13, editada em 2008 e que veda a prática do nepotismo.

O texto diz que a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau da autoridade para cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios viola a Constituição.

No recurso ao STF, o município alegou que a nomeação de parentes em cargos políticos não estaria abrangida pela súmula.

Súmula Vinculante 13 do STF:

"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal."

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, chorou em dois momentos durante sessão da Corte nesta quinta-feira, 23. O magistrado que participava do julgamento de forma remota pode ser visto na transmissão do STF com a voz embargada, tentando conter o choro após ser homenageado pelo presidente do tribunal, ministro Edson Fachin.

Logo no início da sessão, Fachin elogiou a atuação de Toffoli e seu papel para a defesa da democracia. “Há dezesseis anos o eminente ministro Dias Toffoli tomava posse neste Supremo Tribunal Federal. Vossa Excelência tem contribuído imensamente para o fortalecimento da jurisdição constitucional em nosso país, com decisões tomadas em momentos de turbulência e de risco à democracia”, disse Fachin.

Ao ouvir as palavras do colega, Toffoli pediu para falar remotamente. E não conteve o choro.

“As suas palavras muito me emocionam. Aprendi na vida que não podemos deixar a emoção envelhecer” afirmou Toffoli. Com voz embargada, acrescentou: “Temos hoje a maior cordialidade da história desta Corte. Tenho orgulho de ter colegas e colegas — digo isso na pessoa da única mulher que compõe este colegiado, minha amiga de longa data, como sou de todos”.

Ele ainda lembrou do ministro Sepúlveda Pertence, a quem substituiu quando foi nomeado ministro do STF. “Nós, que estamos nestas cadeiras, sabemos a dimensão delas. É com muito orgulho que me emociono lembrando do meu predecessor, ministro Sepúlveda Pertence, e da amiga que foi amiga de vida. Honrar essa cadeira é continuar honrando a Justiça e a magistratura do Brasil”, afirmou.

Toffoli ainda disse que tem orgulho de ser ministro da Corte e brasileiro. “A função de sermos sacerdotes da guarda dessa Constituição me enche de emoção. Espero continuar servindo”, disse Toffoli.

Protagonismo justo

Começou a incomodar o governo<a href="https://politicalivre.com.br/2025/10/lidice-da-mata-articula-ofensiva-para-ampliar-influencia-do-psb-na-bahia-a-partir-de-2026/#gsc.tab=0"> a tentativa da deputada federal Lídice da Mata e do secretário Ângelo Almeida (Desenvolvimento Econômico) de assumirem o protagonismo na negociação para atrair os deputados estaduais hoje no PP para o PSB</a>. Ainda que ache que Lídice não age por 'mal', o time do governador Jerônimo Rodrigues (PT) acredita que ela e o secretário fariam melhor se evitassem falar sobre o assunto, produzindo marolas que podem afetar o processo.

<img class="alignnone size-medium wp-image-1182016" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/10/lidice-da-mata_renato-araujo_camara-dos-deputados-345x230.jpg" alt="" width="345" height="230" />

Operação

Ao operar a acomodação da base com vistas a 2026, Jerônimo deixa claro como entende as articulações para o futuro, lista os aliados preferenciais com os quais vai se armar para a disputa e exibe o time de frente com que pretende tocar a política até as eleições. Dele fazem parte, naturalmente, o secretário Adolfo Loyola (Relações Institucionais), cuja importância vem crescendo a olhos vistos na cena política governista.

Dedo do bruxo

As articulações envolvendo o PSB passam também pelo senador Jaques Wagner (PT), que não perde a autoridade para impor suas decisões quando acha conveniente, mas entra em campo sempre com o objetivo de harmonizar as relações no grupo. O “bruxo” também vem estimulando a filiação dos deputados estaduais do PP à sigla com o aval de Jerônimo. O objetivo seria minar o crescimento do Avante, legenda controlada indiretamente por Rui Costa (PT).

[caption id="attachment_1171293" align="alignnone" width="346"]<img class="size-medium wp-image-1171293" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/08/WhatsApp-Image-2025-08-14-at-11.19.42-346x230.jpeg" alt="" width="346" height="230" /> Foto: Rafael Nunes/Divulgação[/caption]

Terceira força

Presidente nacional do PSB, João Campos, que é prefeito de Recife (PE), deverá vir a Salvador até o final deste ano para um encontro com Jerônimo, do qual Lídice participará, visando justamente tratar das novas filiações à sigla socialista. O plano é que a agremiação eleja em 2026 mais deputados estaduais e federais do que o Avante, que recentemente capturou no campo socialista o ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz, pré-candidato a uma cadeira na Câmara.

De oposição

Das três candidaturas colocadas ao comando do TJ - este site e a coluna sempre viram viabilidade apenas em duas -, uma delas subiu definitivamente no telhado, pelo menos aos olhos do governo, depois de um evento montado para Jerônimo tratar ontem do Bahia pela Paz. No encontro, foram todos surpreendidos pela inconveniência da investida política e ainda mais pelas críticas à segurança. O oposicionismo ficou claro para o governador.

Assistência

Salvador passará a ter dois chefes da Assistência Militar: um para o prefeito Bruno Reis (União), função exercida hoje pelo coronel Sérgio Murilo Santos Silva, e outro, que é a novidade, para a vice Ana Paula Matos (PDT), também secretária municipal de Cultura e Turismo. Segundo apurou a coluna, o novo cargo será ocupado pelo atual chefe de ordens do chefe do Executivo municipal, o major Renilton Dourado, que está na função desde a gestão de ACM Neto (União).

Prestígio em alta

A mudança, que reforça o prestígio de Ana Paula junto ao prefeito, estava embutida em um projeto de lei do Executivo aprovado na Câmara de Vereadores na semana passada, que ampliou as funções do Serviço Social Autônomo – estrutura criada na última reforma administrativa de Bruno Reis e que, como já revelou o Política Livre (<a href="https://politicalivre.com.br/2025/08/bruno-reis-envia-a-camara-projeto-que-garante-criacao-de-estrutura-a-ser-comandada-por-esposa-de-leo-prates/#gsc.tab=0">clique aqui para ler</a>), será capitaneado pela sanitarista Ana Paula Pitanga, esposa do deputado federal Leo Prates (PDT).

Dívida de gratidão

O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), provocou ciúme no deputado federal Leur Lomanto Júnior (União) ao dizer que fará de tudo para ajudar o amigo Cacá Leão (PP), secretário de Governo de Bruno Reis, a retornar a Brasília nas eleições do ano que vem. A declaração foi dada esta semana, em Salvador, durante um evento da União dos Municípios da Bahia. Leur foi apoiado por Cocá em 2022, assim como João Leão (PP), pai do secretário e também congressista.

<img class="alignnone size-medium wp-image-1077703" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2024/02/WhatsApp-Image-2024-02-21-at-10.34.43-317x230.jpeg" alt="" width="317" height="230" />

Federais de Neto

Aliás, Cocá já deixou claro que, mesmo se migrar para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), não deixará de caminhar ao lado dos postulantes à Câmara Federal aliados de ACM Neto, justamente Leur Lomanto e Cacá Leão. Os dois parlamentares são parceiros antigos do prefeito, assim como o deputado estadual Hassan Iossef (PP), este da base do Palácio de Ondina desde o início de 2023, após uma mudança de lado.

Carregador de mala

Desafetos do ex-ministro João Roma (PL) dizem que ele voltou a atuar não como candidato a uma vaga na chapa majoritária de ACM Neto em 2026, mas sim como assessor do ex-prefeito de Salvador, cargo que ocupou no Palácio Thomé de Souza sob estilo reconhecidamente adulador. “Pensando no próprio futuro e no da esposa (a deputada federa Roberta Roma, do mesmo partido), só falta Roma voltar a carregar as malas de Neto”, observou um deles.

Pitacos

* Questionada ontem (21) pelo Política Livre sobre o futuro político e ainda se tem planos de disputar um cargo majoritário, a presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD), foi direta e, ao mesmo tempo, filosófica: “O céu é o limite”.

<img class="alignnone size-medium wp-image-1145175" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/03/ivana-bastos_agencia-alba-345x230.jpg" alt="" width="345" height="230" />

* Depois de anunciar que homenagearia o ex-deputado federal Jutahy Júnior (PSDB) com a Comenda Dois de Julho, o deputado estadual Sandro Régis (União) foi obrigado a retirar o projeto de resolução, pelo menos por enquanto.

* Régis foi informado pela Mesa Diretora da Assembleia que já excedeu o limite de honrarias entregues por ele em 2025. Ou seja, terá que apresentar novamente o projeto só em 2026.

* Um dos coordenadores políticos de ACM Neto, o ex-prefeito de Xique-Xique Reinaldo Braga Filho informou à coluna que decidirá em dezembro deste ano se será candidato a deputado estadual. “Estou no momento muito focado na pré-campanha de Neto para o governo”, revelou.

* Em reunião da executiva nacional do PL, o presidente Valdemar da Costa Neto afirmou que o compromisso de eleger Kátia Bacelar a deputada estadual na Bahia é seu e não do irmão dela, o deputado federal Jonguinha. 

* Ele é grato pelo apoio que Kátia deu à estruturação do partido na Bahia quando ninguém acreditava que cresceria.

<img class="alignnone size-medium wp-image-594629" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2016/08/katia_bacelar1-193x166.jpg" alt="" width="193" height="166" />

* Depois de ter passado um período em meditação cabalística, pelo que se diz, com certa desconfiança, no governo, o vice Geraldo Jr. (MDB) voltou a alimentar o sonho de concorrer a deputado federal. Alega, com a sem-noção habitual, que é o caminho para sobreviver.

* O governo não vai deixar barato a viagem de ACM Neto à China. As críticas dirigidas a ele por deputados da base por conta do empreendimento fazem parte apenas da primeira ofensiva contra o líder oposicionista. Outras estão programadas, dizem eles.

<img class="alignnone size-medium wp-image-1178344" src="https://politicalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/09/acm-neto-e-zhu-qingqiao_divulgacao-345x230.jpg" alt="" width="345" height="230" />

* Se Neto perder a disputa ao governo no ano que vem e resolver se candidatar à Prefeitura em 2028, vai enfrentar Rui Costa no pleito. A promessa foi feita pelo ministro a petistas em Brasília e atenderia a uma desejo antigo dele de concorrer ao comando da capital baiana.

* Aos amigos, que não são poucos, o senador Angelo Coronel (PSD) não descarta disputar a reeleição ao lado ex-prefeito de Salvador. Sem fazer espuma, argumenta que tudo dependerá do grau de interesse da cúpula petista em mantê-lo na chapa.

* Para aqueles que o questionam mais de perto, o senador do PSD apresenta um argumento quando lhe questionam sobre qual é seu trunfo para estar tão seguro quanto à permanência na chapa petista. Entre os prefeitos, ele faz mais sucesso do que Wagner e Rui.

* O governador de São Paulo, Tarcisio de Freiras (Republicanos), ainda não deixou de dizer a alguns que é candidato a presidente em 2026, levando aqueles que gostariam de vê-lo no páreo a concluírem que aprendeu a falar ao interlocutor o que ele deseja ouvir.

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