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Crise diplomática: Trump ameaça Colômbia e revive política intervencionista dos EUA na América Latina
Crise diplomática: Trump ameaça Colômbia e revive política intervencionista dos EUA na América Latina
Por Redação
21/10/2025 às 09:03
Atualizado em 21/10/2025 às 09:03

Foto: Daniel Torok/Arquivo/Divulgação
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou uma nova crise diplomática na América Latina ao atacar o presidente colombiano Gustavo Petro, a quem chamou de “líder do tráfico de drogas”. Além de anunciar o corte da ajuda financeira à Colômbia, Trump ameaçou agir militarmente contra o país caso Petro não interrompa o cultivo de entorpecentes. O governo colombiano reagiu, acusando Washington de ameaça de invasão e convocando seu embaixador nos EUA para consultas. A escalada de tensão ocorre em meio à maior mobilização militar americana no Caribe desde o fim dos anos 1980, supostamente para combater o narcotráfico. A reportagem é do jornal "O Globo".
As ações de Trump, que já autorizou operações da CIA contra o regime venezuelano de Nicolás Maduro, têm sido interpretadas como parte de uma “Doutrina Monroe 2.0” — uma tentativa de reafirmar o poder dos EUA na América Latina diante da crescente influência chinesa. Analistas apontam que o republicano substituiu a diplomacia por uma abordagem de força e coerção, ampliando o uso de sanções e ameaças militares. O movimento, segundo estudos do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), reflete a preocupação americana com o avanço do narcotráfico, das migrações e da presença econômica da China na região.
A crise entre Washington e Bogotá é especialmente delicada porque a Colômbia é historicamente o principal aliado dos EUA na América do Sul, tendo recebido mais de US$ 14 bilhões em ajuda desde 2000. No entanto, as divergências entre Trump e Petro — o primeiro, um líder conservador intervencionista; o segundo, o primeiro presidente de esquerda do país — fragilizam a parceria. Enquanto Trump promete “fechar os campos de drogas à força”, Petro denuncia os abusos das forças americanas e acusa os EUA de violar o direito internacional. A ofensiva militar no Caribe já deixou dezenas de mortos e aumentou o temor de uma nova era de ingerência norte-americana na região.


